Os principais indicadores de atividade na construção mantiveram uma “evolução positiva”, com o consumo de cimento a aumentar 8,3% no segundo trimestre deste ano e a avaliação bancária da habitação a alcançar um novo máximo histórico em junho.
A edição de julho da ‘Análise de Conjuntura do Setor da Construção’, elaborada pelas associações dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) e de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS), lembra que a avaliação bancária na habitação manteve a “trajetória de valorização”, com um aumento de 8,6% face a igual mês do ano anterior, para 1.215 euros o metro quadrado (m2), valor que corresponde a um novo máximo histórico.
Quanto ao consumo de cimento, os dados apontam para um crescimento de 8,3% em junho, tendo o aumento sido de 10,5% no final do ano passado, para 3.574,1 milhares de toneladas.
Nos primeiros cinco meses deste ano, a atividade da construção denotou um aumento da procura dirigida ao segmento da construção e reabilitação de edifícios, com as licenças de construção a apresentarem um crescimento de 18,7%, em termos homólogos, em face de variações de 19,3% nas construções novas e de 17,0% nas obras de reabilitação licenciadas.
Já as licenças emitidas para construção de fogos em construções novas aumentaram 15,4% para 11.800.
Até maio deste ano, a concessão de novo crédito à habitação pelas instituições financeiras atingiu um montante médio mensal de 1.177 milhões de euros, mais 30,5%, face a igual período do ano anterior.
No segmento de engenharia civil, e relativamente ao primeiro semestre deste ano, o montante promovido de concursos de obras públicas totalizou cerca de 2.203 milhões de euros, o corresponde a uma queda de 17,7% face aos 2.678 milhões promovidos em igual período do ano precedente.
Por outro lado, relativamente às empreitadas de obras públicas objeto de celebração de contrato e registo no Portal Base no primeiro semestre estas atingiram um volume de 1.867,4 milhões de euros, representando um acréscimo de 68,1% em termos homólogos.
Reportando-se à atividade económica do país, a análise de conjuntura assinala a sua “recuperação significativa” no segundo trimestre deste ano, já que o Instituto Nacional de Estatística (INE) apurou um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 15,5%, face ao trimestre homólogo.
No entanto, ressalva que apesar de se tratar da maior subida desde 1996, ano em que se iniciou a atual série, esta é “uma evolução que resulta, sobretudo, de um efeito base, uma vez que as restrições sobre a atividade económica provocadas pela pandemia fizeram-se sentir de forma mais intensa no segundo trimestre de 2020”, tendo-se registado uma queda homóloga trimestral de 16,4% nesse período.