É a notícia que ninguém, esteja ou não ligado ao futebol, esperava escrever, ler ou aceitar: depois de deixar o Barcelona, Lionel Messi vai assinar pelo PSG e ser o novo reforço do clube francês. A notícia foi confirmada, esta terça-feira, na conta oficial do Paris Saint-German no Twitter.
O jogador, que vai vestir a camisola com o número 30 (o “10” continua a ser de Neymar), assinou um contrato até 2023 — para as próximas duas temporadas, com mais uma de opção — e vai auferir 35 milhões de euros por ano.
https://twitter.com/PSG_English/status/1425189684985143298
O jogador argentino chegou a Paris ainda esta terça-feira o para cumprir os habituais exames médicos e assinar contrato. Pouco depois de aterrar em França, o PSG colocou o “sugestivo” tweet onde já antecipava “um novo diamante em Paris”.
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— Paris Saint-Germain (@PSG_inside) August 10, 2021
De recordar que, esta quinta-feira e depois de uma reunião entre Joan Laporta, presidente do Barcelona, Rafa Yuste, vice-presidente, o pai de Messi e ainda Jorge Mendes, o clube catalão anunciou que o jogador argentino não ia permanecer em Camp Nou. “Apesar de se ter chegado a um acordo entre o FC Barcelona e Leo Messi, com a clara intenção de ambas as partes de assinar um novo contrato no dia de hoje, não poderá formalizar-se devido a obstáculos económicos e estruturais. Perante esta situação, Lionel Messi não continuará ligado ao FC Barcelona. As duas partes lamentam profundamente que finalmente não se possam cumprir os desejos tanto do jogador como do clube. O Barça quer agradecer de todo o coração a dedicação do jogador e o engrandecimento da instituição, e deseja-lhe o melhor na sua vida pessoal e profissional”, podia ler-se no último comunicado do Barcelona relacionado com Messi.
Lionel Messi não renova com o FC Barcelona ao fim de 20 anos. Clube fala em “obstáculos económicos”
No dia seguinte, Joan Laporta apresentou-se diante dos jornalistas para explicar que a “massa salarial representa 110% das receitas do clube”. Ou seja, que não existe “margem salarial” para manter Messi na Catalunha. O presidente dos blaugrana garantiu que não tinha qualquer conhecimento da gravidade da situação quando venceu as eleições, ainda no ano passado, e que a situação financeira do Barcelona é “muito pior” do que aquilo que lhe foi transmitido anteriormente — com uma auditoria a revelar que, mesmo sem Messi, o clube está a bater nos 95% do limite salarial imposto pela liga espanhola.
“As perdas previstas são muito elevadas, as dívidas previstas são elevadas. Não temos margem salarial. Para cumprir o fairplay da La Liga, tínhamos de aceitar o acordo da La Liga que hipotecava durante meio século os direitos televisivos de um clube com 120 anos de liga. Um clube está por cima de todos. De jogadores, do melhor do mundo, do presidente e de tudo”, insistiu Laporta, que deixou ainda a ideia de que a permanência de Lionel Messi ficou dependente da aceitação de uma “operação que não era interessante para o Barça”, referindo-se à aquisição de 11% da liga espanhola por parte do fundo CVC. Desta vez, Messi queria ficar e o Barcelona queria que ele ficasse. Mas não o deixaram.
Já este domingo, numa conferência de imprensa muito emotiva em que mal conseguiu terminar uma frase sem chorar, Messi despediu-se do Barcelona, garantiu que aceitou reduzir o salário em 50% e que foi feito “tudo o que era possível”. “O contrato estava fechado, não havia mais nada a fazer. Foram ditas mentiras. Fizemos tudo o que era possível. Fizemos tudo o que era possível e não deu. Sempre fui frontal com os sócios e os adeptos. Nunca menti e sempre fui transparente. Quando não falas muito dizem-se muitas coisas. Nem tudo o que dizem é verdade. Estou tranquilo. Sempre fui frontal e isso é importante. Demos tudo, crescemos juntos e desfrutámos de tudo”, explicou o argentino, que confirmou desde logo que o PSG era “uma hipótese” mas que nada estava “certo”. “Vários clubes mostraram-se interessados mas não há nada fechado. Estamos a falar, claro”, disse.
Em Paris, para além de reencontrar Neymar e juntar-se ao amigo Di María, Lionel Messi vai reforçar ainda mais uma equipa que só este verão já contratou Donnarumma, Wijnaldum, Hakimi e Sergio Ramos. O PSG de Mauricio Pochettino, que na época passada voltou a falhar o objetivo da Liga dos Campeões e perdeu a liga francesa para o Lille, engrossa assim o estatuto de grande super-equipa europeia e deixa uma óbvia candidatura à conquista dos principais troféus em 2021/22.