Harlem Shuffle, o novo romance do norte-americano Colson Whitehead, será publicado em setembro, nos Estados Unidos da América. Uma saga familiar disfarçada de policial, Harlem Shuffle passa-se no bairro nova-iorquino de Harlem, conhecido pelos seus clubes de jazz e ligação à cultura afro-americana. O livro ainda não tem data de publicação em Portugal.

Whitehead estava a escrever Harlem Shuffle quando se deparou com a história de Os Rapazes de Nickel, o seu livro anterior, interrompendo-o para se dedicar à história de Elwood Curtis e Jack Turner, dois rapazes negros no mais brutal reformatório dos Estados Unidos. Foi só quando Os Rapazes de Nickel foi publicado, que o escritor regressou a Harlem Shuffle, compondo o texto durante o confinamento em apenas dois meses.

O policial gira em torno de Ray Carney, um homem que, apesar de ter nascido no seio de uma família de criminosos, tenta levar uma vida séria. Um assalto que corre mal acaba, no entanto, por obrigar Ray a conviver com uma série de personagens do mundo do crime que sempre procurou evitar. Tal como nos romances anteriores de Whitehead, Harlem Shuffle aborda temas como raça e poder. É também uma carta de amor a Harlem, refere a Penguin, que o irá editar nos Estados Unidos.

Colson Whitehead, vencedor do Pulitzer Prize: a coragem, a esperança e a “procura de um refúgio da dura realidade”

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Em entrevista ao Observador por altura da publicação de Os Rapazes de Nickel em Portugal, em setembro do ano passado, Colson Whitehead, que é originário de Nova Iorque, disse que, apesar de Harlem Shuffle ser “uma história sobre um crime” e “ter algumas mortes”, não é tão violento quanto os seus livros anteriores. Por cada romance mais “pesado”, Whitehead procura publicar um que tenha “mais piadas”. É por isso que lançar A Estrada Subterrânea e Os Rapazes de Nickel de seguida foi um desafio, explicou.

“Quando acabei Os Rapazes de Nickel, estava cansado, deprimido por ter levado o Elwood e o Turner à conclusão que tinha determinado para eles há alguns anos. E definitivamente deprimido com as histórias reais de alunos reais que lia todos os dias. Foi definitivamente difícil, mas, no final, valeu a pena”, afirmou ao Observador.

Whitehead foi galardoado com dois Prémios Pulitzer de Ficção por A Estrada Subterrânea, sobre a rota secreta utilizada por escravos para escaparem dos estados esclavagistas do sul, e Os Rapazes de Nickel. O escritor é apenas o quatro a ser galardoado com dois destes prémios.