Frederico Pedreira venceu o Prémio Literário Fundação Eça de Queiroz/Fundação Millennium bcp com A Lição do Sonâmbulo. O romance, publicado no ano passado pela editora independente Companhia das Ilhas, foi distinguido em 2021 com o Prémio de Literatura da União Europeia.

A decisão, tomada por unanimidade pelo júri, foi comunicada durante a tarde desta segunda-feira. Na declaração, os jurados descreveram A Lição do Sonâmbulo como “uma narrativa original de tipo autobiográfico que tira sentido existencial do quotidiano familiar burguês” e salientaram o “domínio absoluto da matéria narrativa” por parte do autor, assim como a “grande elasticidade e amplitude” do texto narrativo.

Nascido em 1983, Frederico Pedreira é doutorado em Teoria da Literatura pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Tradutor e autor, publicou vários livros de prosa e também poesia, entre os quais Presa Comum, Fazer de Morto e A Noite Inteira, e de um livro de ensaios, Uma Aproximação à Estranheza, que venceu em 2016 o Prémio INCM/Vasço Graça Moura na categoria de ensaio.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Frederico Pedreira era um dos cinco finalistas da edição de 2021 do Prémio Fundação Eça de Queiroz, revelados no passado dia 16 de agosto. Além de A Lição do Sonâmbulo, estavam nomeadas as obras Lisboa, Chão Sagrado, de Ana Bárbara Pedrosa; O Que Rasga o Céu, de Mafalda Damas Revés; Uso Errado da Vida, de Paulo Rodrigues Ferreira, e Ussu de Bissau, de Amadú Dafé. A entrega do galardão terá lugar no dia 2 de outubro, na sede da Fundação Eça de Queiroz, em Tormes.

O júri da edição deste ano do galardão era constituído por Bruno Vieira Amaral, Isabel Lucas, Luísa Mellid-Franco, Manuel Pereira Cardoso e Maria Helena Santana. Os finalistas foram selecionados por um painel distinto, composto por Ana Lorena Ramalho, João Pedro Vala e Carlos Bobone.

O Prémio Literário Fundação Eça de Queiroz foi instituído em 2014 com o objetivo de promover e incentivar a produção de obras literárias em língua portuguesa e homenagear Eça de Queiroz. Até 2019, contemplou narrativas ficcionais inéditas e ensaios já publicadas. A partir daí, passou a premiar bienalmente uma obra ficcional (romance ou novela) escrita em língua portuguesa e publicada em Portugal por um autor português com menos de 40 anos à data da publicação. Tem um valor pecuniário de 10 mil euros.

Em 2019, foi atribuído a Djaimilia Pereira de Almeida, por Luanda Lisboa Paraíso.