O Novo Banco deverá prolongar a maturidade da dívida de empresas de Luís Filipe Vieira, depois de ter obtido “luz verde’ do Fundo de Resolução, disse esta segunda-feira o Banco de Portugal à Lusa.
“Relativamente aos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) emitidos pela Promovalor II e pela Inland, e cuja conversão em ações – nos termos dos documentos da emissão subscritos pelo BES em 2011 — está prevista para 31 de agosto de 2021, o Novo Banco propôs ao Fundo de Resolução a prorrogação da respetiva maturidade“, disse o BdP.
Esta proposta “mereceu o parecer favorável da Comissão de Acompanhamento” do Fundo de Resolução, acrescentou a fonte do regulador do setor bancário. A proposta do Novo Banco vai no sentido de prolongar a maturidade da dívida por dois anos, um período mínimo que será juridicamente defensável, confirmou o Observador. Segundo resposta do Banco de Portugal à Lusa, a prorrogação do prazo dos VMOC está “agora dependente de o Novo Banco obter o acordo das sociedades emitentes”.
Em causa estavam 160 milhões de euros de valores obrigatoriamente convertíveis em ações (VMOC) da Promovalor II e da Inland, cujo vencimento terminava esta terça-feira.
Caso o Novo Banco não prolongue a maturidade da dívida, o banco torna-se acionista das empresas de Luís Filipe Vieira, uma vez que as VMOC seriam imediatamente convertíveis em ações.
Segundo o Banco de Portugal, caso o banco se tornasse acionista das empresas de Vieira isso ia ter impacto negativo no capital no Novo Banco, uma vez que estas têm capitais próprios negativos de cerca de 200 milhões de euros.