A Toyota, um dos principais patrocinadores dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Tóquio 2020, vai voltar a ter o seu microbus eléctrico e-Palette ao serviço dos atletas e membros das equipas, que assim se podem deslocar dentro do recinto em veículos que não têm ninguém ao volante. O serviço de shuttle foi interrompido na passada 5ª feira, no seguimento de um acidente que envolveu um judoca japonês cego, que terá sido atropelado numa passadeira.

O acidente transformou este enorme trunfo da Toyota – o facto de ter à sua disposição um palco de dimensão mundial, como uns Jogos Olímpicos para promover o seu sistema de condução autónoma – num problema de relações públicas, tanto mais que o atleta se viu impedido de participar devido aos ferimentos, descritos como cortes e nódoas negras.

Toyota retira veículo autónomo dos Jogos Paraolímpicos depois de atropelar judoca cego

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O CEO da Toyota não ajudou à promoção da (sua) tecnologia que permite aos veículos circular sem condutor, defendendo que o acidente “prova que os veículos autónomos ainda não são realistas para estradas normais”. Mas a realidade é que, passados uns dias, a frota de 16 unidades do e-Palette voltou a circular no recinto dos jogos, ainda que com reforço das normas de segurança.

Este reforço da segurança passou pela adopção de avisadores sonoros mais evidentes e uma melhor formação e treino dos funcionários da marca que circulam junto aos comandos, prontos a intervir quando um acidente está prestes a acontecer. Daí que não se perceba como o atropelamento do atleta foi possível, com um veículo autónomo a circular a baixa velocidade, com dois condutores a bordo.

Estes operadores que estão “perto” do volante, mas não “ao volante”, passam ainda a ser responsáveis por todas as acelerações e travagens, além das paragens. Para reforçar ainda mais a segurança, o número de indivíduos presentes nos principais cruzamentos subiu de 6 para 20, o que limita consideravelmente as funções autónomas dos e-Palette.