O secretário-geral da ONU, António Guterres, presidirá esta segunda-feira a uma reunião ministerial de alto nível com os estados-membros das Nações Unidas para discutir a situação humanitária no Afeganistão.

A reunião deverá servir para salientar juntos dos governos a necessidade urgente de encontrar soluções para a grave crise que se vive no Afeganistão, que é palco de uma turbulenta situação política desde que os talibãs chegaram ao poder em Cabul, provocando a saída de milhares de refugiados.

A reunião acontecerá num formato híbrido, com diversos ministros a participar presencialmente na sede das Nações Unidas em Genebra e muitos outros a participar à distância por videoconferência.

António Guterres tem chamado a atenção para o facto de esta crise humanitária no Afeganistão estar a ser agravada pela pandemia de Covid-19, que continua a alastrar no país, enquanto decorrem manifestações de protesto contra o novo poder de Cabul, apesar das fortes restrições de mobilização popular decretadas pelos talibãs.

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De acordo com dados da ONU, mais de 550 mil pessoas já foram deslocadas do país, desde janeiro deste ano e um em cada três afegãos está a atravessar enormes dificuldades alimentares e mais de metade das crianças menores de cinco anos estão à beira da desnutrição aguda.

A severa seca no Afeganistão também agrava a crise humanitária e espera-se que as condições do inverno sejam adversas, levando as organizações humanitárias a pedir suprimentos urgentes para o país.

A ONU diz estar comprometida em fornecer assistência humanitária imparcial e proteção a milhões de pessoas necessitadas, apelando ao respeito pelos direitos, segurança e bem-estar das mulheres e meninas que são ameaçadas pelo novo regime de Cabul.

Para o secretário-geral das Nações Unidas, é crucial que a comunidade internacional dê uma resposta rápida a estes problemas, para que “o povo do Afeganistão tenha acesso desimpedido à assistência”, pedindo um reforço no financiamento humanitário.