O candidato socialista à Câmara de Faro defendeu esta quarta-feira a construção de novos edifícios de habitação social e a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), que se arrasta desde 2006, como objetivos a curto prazo para o concelho.

Após uma visita a bairros de habitação social da cidade, junto ao Estádio de S. Luís, em Faro, João Marques manifestou à Lusa um sentimento de “desconsolo” perante o estado “degradado” em que encontrou os edifícios.

“Efetivamente, os edifícios estão muito degradados e não têm tido qualquer manutenção, depois é preciso ter mão firme no que são os agregados, como se atribuiu e fiscaliza a manutenção do próprio edifício”, assumiu.

Ao longo da visita a diversos pisos dos prédios, a Lusa registou as queixas de alguns habitantes pela falta de manutenção das zonas comuns dos prédios ou pelas condições como certos moradores cuidam dos suas casas e dos seus animais domésticos, com um impacto nas habitações alheias.

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Os habitantes do Bairro Centenário lamentaram, ainda, o aumento das rendas, com uma das residentes a queixar-se de ter passado de um valor de “14 euros para quase 80 euros”, no período de um ano, o que cria grandes dificuldades, sendo que apenas vivem da reforma do marido que “não chega aos 800 euros”.

Segundo João Marques, a capital algarvia é a “segunda cidade com arrendamento mais alto do país”, situação que cria “constrangimentos” aos diversos profissionais que se queiram fixar na cidade mas também aos atuais habitantes, à qual se soma a necessidade de habitação social.

Para o candidato socialista, a revisão do PDM de Faro é essencial para que mais habitação de iniciativa privada possa vir a ser construída no concelho, considerando que a Câmara deve ser a “promotora” dessa construção, já que tem nas suas mãos a “ferramenta específica” para que tal possa acontecer.

“Em tempos, diziam que aprovar um PDM não é fácil porque tem que se ouvir cerca de 42 entidades. A verdade é que todos os outros concelhos têm os seus PDM aprovados e Faro anda nisto há 20 anos, por isso, é um compromisso de dentro de um ou dois anos termos esse conclusão do PDM”, avançou.

A revisão do PDM de Faro está prevista, pelo menos, de 2016, tendo sido prorrogado até 8 de junho de 2022.

Quanto à habitação social, João Marques assume que Portugal está no “momento certo” para tentar resolver essa situação já que com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) o país tem mecanismos para auxiliar na construção de habitação social e a custos controlados.

“Acho que o país pode fazer na área da habitação aquilo que já fez na década de 80 com a erradicação das barracas, nas desta vez em construção de habitação”, defendeu o candidato do PS.

João Marques tem como adversários conhecidos na corrida à presidência da capital algarvia o ‘repetente’ Rogério Bacalhau — que se candidata a um terceiro e último mandato -, e os estreantes Catarina Marques (CDU), Custódio Guerreiro (Chega), Elza Cunha (PAN) e Aníbal Coutinho (BE).

Nas eleições de 2017, a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM obteve 43,94% dos votos, alcançando maioria absoluta no executivo, com cinco vereadores. O PS conseguiu obteve 38,06% dos votos (restantes quatro vereadores) e a CDU, com 7,38%, perdeu o vereador que tinha assegurado em 2013.