Os líderes dos países mediterrânicos da União Europeia (UE) iniciaram esta tarde em Atenas a sua cimeira para analisar os desafios relacionados com uma eventual nova crise migratória e estabelecer uma estratégia comum face às alterações climáticas.

No encontro participam representantes da França, Itália, Espanha, Grécia, Chipre, Malta, Croácia, Eslovénia e Portugal, representado na reunião pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

O anfitrião da reunião, o primeiro-ministro grego KyriakosMitsotakis, colocou a crise climática no centro desta cimeira, na qual participam nove países, com a inclusão a nível formal da Croácia e Eslovénia.

A primeira parte será dedicada à necessidade de garantir um consenso comum face à cimeira do clima de novembro, em Glasgow.

Mitsotakis deverá propor um forte compromisso para fomentar as medidas necessárias tendentes a travar o aquecimento global e proteger a biodiversidade do Mediterrâneo, que este ano perdeu vastas quantidades de florestas na sequência de devastadores incêndios.

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O primeiro-ministro conservador grego associou os incêndios deste verão ao aumento global das temperaturas. O Executivo de Atenas anunciou a criação de um ministério para as alterações climáticas e prometeu fornecer prioridade política a esta questão.

A segunda parte dos debates vai abordar os problemas migratórios e uma distribuição equitativa dos refugiados que procuram asilo na União Europeia, na perspetiva do novo pacto sobre migração e asilo.

Neste âmbito, uma das questões prioritárias reside na análise da situação no Afeganistão após a tomada do poder pelos talibãs e a eventualidade de um novo êxodo massivo de refugiados em direção à Europa.

Neste sentido, os responsáveis dos nove países da União deverão voltar a insistir que a Turquia do Presidente Recep Tayyip Erdogan se abstenha de qualquer ação unilateral na região.

Os problemas relacionados com a paz, segurança e estabilidade do Mediterrâneo, a agenda europeia, em particular o Pilar europeu dos direitos sociais, o combate à pandemia e a recuperação económica, para além das transições verde e digital e a nova agenda para o Mediterrâneo também estão incluídos na ordem de trabalhos.

O encontro deverá produzir duas declarações, uma sobre a questão das alterações climáticas e a segunda com temas políticos.

“Este encontro deve especificar claramente as prioridades de todos os países da Europa mediterrânica face às alterações climáticas”, insistiu Mitsotakis após um encontro com o seu homólogo croata, Andrej Plenkovic e antes do início da cimeira.

Nesta oitava cimeira dos países mediterrânicos, e ao contrário do que tem sido habitual, também participa a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A cidade de Atenas vai permanecer durante todo o dia sob fortes medidas de segurança que implicaram a alteração dos percursos do metro e autocarros, incluindo nos subúrbios, para além de estarem proibidas todas as manifestações.