O líder do CDS-PP aconselhou esta segunda-feira António Costa a não ser um “papão dos empresários”, criticando a postura que assumiu sobre a Galp, quando deu o encerramento da refinaria de Matosinhos como exemplo de aposta nos desafios ambientais.

“O senhor primeiro-ministro referia-se, em maio, ao encerramento da refinaria de Matosinhos como um grande exemplo da aposta nos desafios ambientais e hoje [esta segunda-feira] vem, qual papão dos empresários, dizer que é preciso dar uma lição exemplar à Galp”, disse Francisco Rodrigues dos Santos.

O presidente do CDS-PP falava no decurso de uma arruada em Santana, concelho no norte da ilha da Madeira, o único dos onze que compõem a região autónoma que é governado pelo CDS-PP.

“Quero informar o senhor primeiro-ministro que o seu papel não é ser um papão na vida dos empresários, nem dar-lhes conselhos sobre a forma de gerir os seus negócios”, declarou, reforçando: “Deve facilitar-lhes a vida, baixando impostos, diminuindo a burocracia e permitindo que tenham poupança para reinvestir nos seus negócios e gerar postos de trabalho.”

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O líder centrista sublinhou que o chefe do executivo socialista deve “preocupar-se mais” com as empresas totalmente geridas pelo Estado, como a TAP, cuja gestão diz ser “absolutamente ruinosa”, em vez de dar conselhos aos empresários.

“Já se percebeu que de economia este primeiro-ministro e este Governo percebem muito pouco”, declarou.

No domingo, numa ação de campanha para as eleições autárquicas, em Matosinhos, o secretário-geral do PS, António Costa, considerou que “era difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade” como a Galp demonstrou no encerramento da refinaria de Matosinhos, prometendo uma “lição exemplar” à empresa.

“A Galp começou por revelar total insensibilidade social ao escolher o dia 20 de dezembro, a cinco dias do Natal, para anunciar aos seus 1.600 trabalhadores que iria encerrar a refinaria de Matosinhos”, apontou o secretário-geral do PS.

A empresa encerrou a última unidade de produção da refinaria de Matosinhos em 30 de abril, na sequência da decisão de concentrar as operações em Sines.

Em Santana, onde o CDS-PP lidera a Câmara Municipal desde 2013, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que o seu partido é de “contas certas” e aquele município constitui um exemplo disso.

“Herdamos uma Câmara Municipal com 8 milhões de passivo e em oito anos conseguimos pagar toda a dívida da Câmara Municipal”, explicou, acrescentando: “O prazo médio de pagamento a fornecedores é hoje [esta segunda-feira] de quatro dias e conseguimos praticar ainda os impostos mais baixos permitidos por lei sobre as famílias e sobre as empresas e conseguimos ainda investir 8 milhões.”

E reforçou: “Nós somos, aqui, em Santana, como em todas as câmaras que governamos, um partido de contas certas, de baixos impostos, de aposta na defesa das famílias, na valorização do património e na defesa das tradições e também na criação de novas oportunidades que são geradas essencialmente pelos novos investidores que somos capazes de atrair.”

Francisco Rodrigues dos Santos termina esta segunda-feira uma deslocação de dois dias à Madeira, no âmbito da campanha para as eleições autárquicas de 26 de setembro, tendo visitado os três concelhos onde o CDS-PP concorre com listas próprias: Calheta, Câmara de Lobos e Santana. Nos restantes, o partido avança em coligação com o PSD, a exemplo do Governo Regional.