A cabeça de lista do PS à Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, assumiu esta quarta-feira que os direitos dos trabalhadores da refinaria da Galp, que encerrou em abril, estão na “primeira linha” das suas preocupações.

Durante uma arruada em Matosinhos, no distrito do Porto, a presidente da autarquia, que agora se candidata a um segundo mandato, afirmou que o executivo esteve “sempre” a tratar da situação da refinaria desde que a Galp anunciou o encerramento.

“Desde que a Galp decidiu e comunicou o encerramento foi a câmara que fez o trabalho todo de avaliação dos impactos. Hoje, a comunidade sabe qual é o impacto do encerramento da refinaria porque a câmara fez isso”, vincou a socialista.

Luísa Salgueiro reforçou que o executivo foi além daquilo que eram as suas obrigações ao se substituir à empresa e ter pedido um estudo socioeconómico sobre os impactos do fecho.

No domingo, durante uma ação de campanha para as eleições autárquicas, em Matosinhos, António Costa, na qualidade de secretário-geral do PS, afirmou que “era difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade” como a Galp demonstrou no encerramento da refinaria de Matosinhos, prometendo uma “lição exemplar” à empresa.

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Estas declarações do líder socialista mereceram críticas por parte de toda a oposição e da Comissão de Trabalhadores (CT) da Petrogal.

Luísa Salgueiro considerou que António Costa, estando em Matosinhos, não podia ficar alheio a uma decisão que influencia “muito significativamente” a vida dos matosinhenses, da Área Metropolitana do Porto e da região Norte.

“A câmara chamou as instituições, chamou as personalidades, chamou todos os partidos, chamou os representantes dos trabalhadores com quem conversou e, portanto, para nós não é um tema novo”, frisou.

A socialista, acompanhada de uma forte comitiva, ressalvou estar em articulação com todas as instituições para garantir que o dinheiro do Fundo de Transição Justa é aplicado da melhor forma e, em primeiro lugar, para os trabalhadores.

A candidata à presidência da câmara sublinhou que o terreno da refinaria é dedicado exclusivamente à atividade económica e, portanto, não vai alterar o Plano Diretor Municipal (PDM) para outro fim.

Além disso, defende que ali seja construído um centro tecnológico para a energia do mar e uma área reservada à Universidade do Porto.

“Nós temos estado a fazer o nosso trabalho”, garantiu.

A poucos dias das eleições autárquicas, que acontecem no domingo, os trabalhadores da refinaria agendaram uma manifestação para sexta-feira, algo que a socialista vê como “natural”.

“É um direito que lhes assiste porque são, naturalmente, atingidos”, concluiu.

São cabeças-de-lista à Câmara Municipal de Matosinhos nas eleições de domingo a atual presidente, Luísa Salgueiro (PS), José Pedro Rodrigues (CDU – coligação PCP/PEV), Bruno Pereira (coligação PSD/CDS-PP), Carla Silva (BE), Nuno Pires (PAN), Humberto Silva (Iniciativa Liberal), Israel Pontes (Chega), Joaquim Jorge (independente) e António Parada (independente).