As arruadas preencheram a agenda do líder do CDS-PP que estabeleceu como meta eleger mais autarcas e melhorar o resultado de há quatro anos, numa campanha autárquica em que foi três vezes a Oliveira do Hospital, onde é candidato.

Francisco Rodrigues dos Santos arrancou a volta pelo país no final de agosto, um mês antes das eleições autárquicas.

A campanha oficial começou nos Açores, num dos municípios que o CDS lidera, Velas, onde esteve dois dias, e deslocou-se mais dois à Madeira, para ir a outro dos concelhos centristas, Santana.

Das seis câmaras municipais governadas pelos democratas-cristãos, quatro das quais no continente e três delas no distrito Aveiro, o presidente do CDS deslocou-se também a Vale de Cambra, não tendo marcado presença em Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro e Ponte de Lima durante as duas semanas que antecederam a eleição de domingo.

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E esteve perto de São João da Madeira, onde o deputado e seu opositor no último congresso, João Almeida, é candidato à presidência da câmara. No entanto, este não foi um dos municípios contemplados com a presença do líder e Francisco Rodrigues dos Santos indicou nem ter sido convidado a lá ir.

Quanto às iniciativas para as quais os jornalistas são convocados — uma vez que cumpre outra agenda sem comunicação social — foram maioritariamente arruadas, num só dia foram cinco, mas com pouca adesão.

Rodrigues dos Santos justificou esta escolha com o seu estilo, lembrando que quando foi eleito disse que faria das ruas o seu escritório e que gosta “de estar em contacto com os portugueses” e “falar olhos nos olhos com eles”.

“Cada caso é um caso, cada terra é uma terra, e estamos num período excecional, com toda a gente compreenderá, que é a Covid. […] Mas o que realmente decide o sucesso das candidaturas não é o número de pessoas que nos acompanha nas ruas, é os votos que temos em urnas”, defendeu no final da primeira semana de campanha.

Nos contactos com as pessoas com que se deparava, o líder ia entregando canetas e pedindo “força” para o partido crescer em número de votos e de autarcas no domingo.

O presidente do CDS-PP disse mesmo ter “a certeza absoluta” de que o partido vai crescer nas autárquicas e recusou colocar “outros cenários” em cima da mesa, mas apontou que vai fazer “uma ponderação” quanto à sua liderança caso isso não aconteça.

O primeiro comício foi em Águeda no arranque da segunda semana de campanha, iniciativa à hora de almoço que juntou algumas dezenas de pessoas.

Apesar de mais de metade das candidaturas serem em coligação, e maioritariamente com o PSD, os líderes dos dois partidos só se encontraram uma vez no período oficial de campanha, para um almoço na quarta-feira em Lisboa, ao lado do candidato Carlos Moedas.

Já esta quinta-feira vai estar com o presidente da Câmara do Porto, e recandidato, Rui Moreira, para uma visita a um centro de saúde.

Francisco Rodrigues dos Santos é cabeça de lista à Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, e por isso fez questão de se deslocar lá três vezes, a primeira das quais para uma arruada na freguesia de Nogueira do Cravo, terra natal dos seus avós e dos seus pais.

E é precisamente nesse município do distrito de Coimbra que vai encerrar a campanha do líder do CDS, com um comício na sexta-feira.

A componente familiar do presidente do partido entrou também na campanha, tendo feito campanha com a sogra, Rosa Guerra, que é candidata à Câmara do Bombarral, e ao lado do pai e do avô, que o esperaram em Oliveira do Hospital.

Nesta campanha entraram também, mas longe do líder, o antigo presidente Paulo Portas e o eurodeputado Nuno Melo, que pode desafiar a liderança.

Durante as declarações aos jornalistas, o líder do CDS comentou também assuntos nacionais, muitas vezes com críticas ao PS, tendo sido também questionado sobre assuntos internos do partido, nomeadamente a sua continuidade na liderança.