O candidato do partido Ergue-te a presidente da Câmara de Lisboa, João Patrocínio, criticou esta quinta-feira a “miséria governativa” da gestão desta autarquia, defendendo que “é preciso correr” com quem está à frente da Câmara e do país.
João Patrocínio foi esta quinta-feira recebido pela União de Associações do Comércio e Serviços (UACS) em Lisboa e pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, onde teve informação de “mais misérias da não-gestão que se passa” em Lisboa relativamente à “forma como [a cidade] é governada e como as coisas são feitas”.
“A questão do Lisboa Protege, segundo a informação que temos, funcionou muito bem e isso temos de enaltecer e dar mérito a quem tem mérito. De resto, não há um plano estratégico em Lisboa, não se sabe quantas empresas e que serviços há em Lisboa, não se sabe quantas empresas funcionam em Lisboa, à porta fechada ou não”, disse, acerca da reunião com a UACS.
“Eu refiro-me a essa miséria, a miséria governativa. Não se sabe de nada e a Câmara não sabe de nada. Como eu dizia – e tenho razão – o [presidente da Câmara de Lisboa e candidato socialista Fernando] Medina não sabe de nada, é uma gestão um bocado ‘ad hoc'”, acrescentou.
No caso da Associação de Famílias Numerosas, João Patrocínio destacou que “foi deixada de parte nos últimos quatro anos por esta gestão de Lisboa e do Medina, porque, como não está na agenda do senhor, não ligam”.
“Ele quer é outras agendas, que não esta da família e da defesa da família”, considerou.
Instado pela Lusa a comentar os polémicos ajuntamentos nas ruas de bairros como o Bairro Alto ou Santos, que têm causado fricção com os moradores e levantado questões de segurança, João Patrocínio considerou que esses grupos de jovens resultam de políticas feitas por “quem não sabe o que anda a fazer” à frente da Câmara de Lisboa e do país.
“Acho que o que precisamos de fazer, primeiro do que tudo, é correr com esta gente toda que está a frente da Câmara e que está a frente do país. Esta gente não sabe o que anda a fazer. Se já tiveram desculpa, no início da pandemia, porque nos apanhou a todos de surpresa, acho que já está mais do que a altura em que é preciso correr com esta gente daqui para fora”, considerou.
João Patrocínio destacou ainda que abrir as discotecas e os bares é uma forma de “baixar a circulação nas ruas” e considerou que “violência e criminalidade, à noite, na rua, sempre houve”.
“Portanto, punha-se a polícia à frente dessas questões, em vez de andar atrás de outras coisas que não têm nada a ver. Para mim era simples”, defendeu, salientando que também é preciso mudar a Justiça porque quem comete crimes é detido “e depois vem logo cá para fora”.
Além de João Patrocínio, concorrem também à Câmara de Lisboa no domingo o atual presidente, Fernando Medina (PS/Livre), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), João Ferreira (CDU), Manuela Gonzaga (PAN), Bruno Horta Soares (IL), Tiago Matos Gomes (Volt Portugal), Nuno Graciano (Chega), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa).
As eleições autárquicas realizam-se no domingo.