As autoridades chinesas estão a pedir aos governos regionais para se prepararem para um possível colapso da Evergrande, avança o The Wall Street Journal esta quinta-feira. A notícia foi interpretada nos mercados financeiros como uma evidência de como Beijing está muito relutante em colocar a mão por baixo e evitar, a todo o custo, a falência da gigante promotora imobiliária que nas últimas semanas saltou para o topo das preocupações dos investidores mundiais.

Segundo o The Wall Street Journal, que cita responsáveis governativos próximos do processo, aquilo que Beijing está a pedir aos governos locais é que se “prepararem para uma possível tempestade” que pode surgir caso a Evergrande entre em incumprimento em algum pagamento de dívida – o que levaria a que toda a dívida da empresa fosse considerada “em default“, com consequências imprevisíveis para os mercados monetários na China e até a nível global.

No terreno, está a ser pedido aos governos locais que tomem medidas para prevenir o risco de instabilidade social e de “incidentes de massas”, isto é, manifestações por pessoas afetadas pelo eventual colapso da Evergrande. Por outro lado, quer-se evitar o “contágio” ao resto da economia, designadamente travando a destruição de postos de trabalho que pode surgir caso o colapso se confirme.

O WSJ acrescenta, também, que no curto prazo cada responsável regional tem de criar “gabinetes de crise” com especialistas em finanças e contabilidade, para ajudarem a criar um retrato o mais fiel possível da exposição da economia regional à Evergrande, direta e indiretamente.

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