A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) defendeu esta quinta-feira que é preciso clarificar na lei quais os espaços comerciais que vão continuar abrangidos pelo uso obrigatório de máscara a partir de 01 de outubro.
Em declarações à Lusa, o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, considerou positivo o alívio das restrições anunciado na quinta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, após o Conselho de Ministros, mas sublinhou a necessidade de clarificar a norma sobre a obrigatoriedade do uso de máscara nas grandes superfícies.
Para Gonçalo Lobo Xavier, é preciso “perceber o alcance desta medida” porque, apesar de, do ponto de vista legal, tudo indicar que “é para espaços superiores a dois mil metros quadrados” as declarações do primeiro-ministro “não foram completamente claras quanto aos outros espaços do retalho alimentar e do retalho especializado”.
O líder associativo espera que o diploma que será entretanto publicado, na sequência da aprovação em Conselho de Ministros, seja esclarecedor.
“É preciso que haja uma clarificação no diploma que permita que haja um cabal cumprimento das indicações”, sublinhou Gonçalo Lobo Xavier.
O dirigente da APED disse que é preciso “alguma serenidade” e esperar pelo diploma, acrescentando que “desta vez há tempo” para “digerir a informação”, ao contrário do que se passou nos últimos meses.
“Desta vez não temos a angústia das quintas-feiras em que os Conselhos de Ministros, como há meses, definiam um conjunto de regras que era logo para aplicar no fim de semana”, sublinhou.
Apesar de no setor o uso obrigatório da máscara se cingir, a partir de outubro, às grandes superfícies, Lobo Xavier considera que os portugueses “tiveram um comportamento exemplar do cumprimento das regras ao longo de 18 meses e habituaram-se a entrar nos espaços e a colocar uma máscara”, pelo que acredita que “esse vai ser um hábito que ainda vai perdurar, independentemente da dimensão dos espaços”.
Quanto às restantes medidas, o diretor-geral da APED saudou o fim dos limites da lotação e dos horários nos espaços comerciais bem como o fim das restrições quanto à venda e consumo de álcool e considerou que também a eliminação da recomendação do teletrabalho “vai ter um impacto positivo na animação do comércio”.
De acordo com as medidas da terceira fase do desconfinamento associadas à pandemia de Covid-19, a partir de 01 de outubro o uso de máscara obrigatório cinge-se aos transportes públicos, grandes superfícies, lares e hospitais e salas de espetáculos e grandes eventos.