O presidente do CDS disse esta sexta-feira que não está “minimamente preocupado” com a próxima reunião magna do partido, na qual a liderança pode ser disputada, tendo dito mesmo “que se lixe o congresso”. A frase faz lembrar uma citação célebre de Passos Coelho que em 2012, em pleno resgate económico, disse não estar preocupado em vencer as legislativas seguintes: “Que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal.”

Francisco Rodrigues dos Santos vai esta sexta-feira encerrar a campanha para as eleições autárquicas de domingo em Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), onde é candidato à Assembleia Municipal, mas antes participou numa arruada pela hora de almoço.

Num balanço da campanha, disse aos jornalistas que não esteve “concentrado em táticas para congressos internos” e esteve “apenas focado em dar a cada terra de Portugal uma alternativa da direita dos valores certos que o país precisa”.

“Aqui eu tenho de ser taxativo, eu não estou minimamente preocupado com o congresso do CDS, digo-lhe mais, que se lixe o congresso do CDS”, respondeu.

Questionado sobre a sinceridade do abraço do eurodeputado Nuno Melo, que tem sido crítico da atual direção e já disse que vai apresentar uma moção ao congresso, podendo disputar a liderança, Rodrigues dos Santos fugiu ao tema: “O abraço que eu gostava que fosse notícia nestas eleições autárquicas foi o abraço que dei a todos os portugueses”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Insistindo no que tem dito quanto ao resultado no domingo, que “o CDS vai crescer nas próximas eleições autárquicas, vai ter mais autarcas eleitos do que teve em 2017”, o centrista considerou que “esse é o melhor sinal, a maior prova de vida” que o partido pode “dar ao país”.

“Trabalhei muito, eu e todo o partido, mobilizámo-nos em tantos concelhos em listas próprias, noutros coligados com o PSD, e almejamos atingir o objetivo porque nos empenhámos para o alcançar, que é crescer nestas eleições autárquicas, e eu estou preparado para, contabilizados os votos no domingo à noite, poder dizer ao país que o CDS está mais forte e maior”, indicou.

Se assim não for, disse que terá de “fazer a avaliação dos resultados eleitorais”, mas recusou outro cenário “que não seja o Partido Popular crescer e sair mais forte em urnas”.