A coordenadora do BE, Catarina Martins, garantiu esta segunda-feira que, após os maus resultados nas autárquicas de domingo, mantém “exatamente a mesma posição”, disponibilidade e caderno de encargos que tinha para as negociações do Orçamento do Estado para 2022.
Numa conferência de imprensa na sede do BE, em Lisboa, para fazer o rescaldo da noite eleitoral autárquica do partido, Catarina Martins foi questionada sobre se o “mau resultado” que os bloquistas tiveram nas autárquicas de domingo pode retirar força ao partido para as negociações orçamentais com o Governo do PS.
“Mantém-se na integra tanto a nossa disponibilidade como o nosso caderno de encargos”, assegurou.
A líder do BE recordou que o mandato do partido no parlamento é aquele que elegeu os 19 deputados.
“São eles que vão votar o Orçamento do Estado e a nossa determinação e a nossa exigência mantém-se exatamente a mesma, as pessoas sabem aliás que podem contar com essa consistência e coerência do Bloco de Esquerda”, enfatizou.
A posição do Bloco de Esquerda, de acordo com Catarina Martins, “mantém-se exatamente a mesma” que tinha “antes das eleições europeias” e sobre as quais garantiu que sempre falaram “de forma muito transparente”.
“Nós consideramos que um Orçamento do Estado que responda às grandes questões do país é uma negociação do Orçamento do Estado que terá de incluir temas tão importantes como as questões laborais porque as questões dos salários, das condições de trabalho que são hoje fundamentais para recuperação do país no pós-crise”, defendeu.
Para Catarina Martins, as negociações terão ainda de incluir medidas “fundamentais sobre o reforço do SNS (Serviço Nacional de Saúde), sobre a sua capacidade recuperação dos cuidados não-Covid, sobre a forma como os seus profissionais que estão exaustos podem ser tratados para que não saiam do SNS e claro incluirá também as questões da Segurança Social, que como sabem são para nós muito importantes”, elencou, sintetizando o caderno de encargos dos bloquistas.