A candidata pelo BE à Câmara de Almada, que manteve o lugar de vereadora nas eleições autárquicas de domingo, disse que o resultado é “um motivo de felicidade”, reconhecendo que a “pressão do voto útil era muito forte”.
“Conseguirmos manter a vereação em Almada é muito importante para nós, sabíamos que a pressão do voto útil era muito forte, porque aquela tensão PS/CDU era muito forte. Apesar disso, conseguimos manter uma posição e continuamos a ser um fiel da balança e isso, para nós, é um motivo de felicidade”, salientou à agência Lusa Joana Mortágua.
De acordo com a candidata bloquista ao município de Almada, a candidatura tinha dois objetivos: “derrotar a direita e manter a vereação”.
Questionada sobre as declarações da vencedora das eleições para a autarquia, Inês de Medeiros (PS), que disse que poderá ser mais fácil chegar a um acordo com o PSD do que com os outros partidos, Joana Mortágua, entre risos tímidos, disse que não a surpreendia.
“Não me admira, aliás, foi por isso que nós em quatro anos fomos tão críticos da gestão do bloco central. Nós entendemos que a gestão da CDU, do PS e do PSD teve muitos pontos de insensibilidade social, falhou muita política social, de habitação, muita política de apoio à crise social”, criticou.
No entanto, Joana Mortágua referiu que “com certeza” irá dialogar, mas, sustentou, que não se espanta que “a presidente se entenda melhor com o PSD do que com o Bloco de Esquerda”.
A vencedora das eleições para a Câmara de Almada, Inês de Medeiros, reeleita na presidência do município, prometeu dialogar com os eleitos de todos os partidos, mas reconheceu que o diálogo poderá ser mais fácil com o PSD.
“Eu já disse que irei falar com todos. Nós fizemos de facto, estes quatro anos, trabalho com o PSD. E, portanto, a conversa será, talvez, mais simples, mas irei falar com todos, tal como anunciei há quatro anos, tal como anunciei no início da campanha e agora aqui reafirmo”, disse Inês de Medeiros.
A autarca almadense, que reforçou nas eleições autárquicas deste domingo a maioria conquistada há quatro anos à maioria CDU, assegurou que os vereadores do PS estão prontos para voltar ao trabalho com entusiasmo redobrado.
Este domingo, o PS renovou a presidência de Inês de Medeiros na Câmara de Almada, que reforçou a maioria no executivo camarário, com cinco lugares, segundo dados provisórios do Ministério da Administração Interna.
Quando estão apurados os resultados das cinco freguesias do concelho de Almada, o PS obteve 39,87% dos votos, com cinco lugares. A CDU (coligação PCP-PEV), que candidatou a histórica líder da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, ficou em segundo lugar, com 29,69%, obtendo quatro mandatos.
O Bloco de Esquerda reelegeu Joana Mortágua como vereadora, com 6,83%, sendo a quarta força política no concelho de Almada.
Nas eleições autárquicas de domingo, Nuno Matias teve como adversários Inês de Medeiros (PS), Maria das Dores Meira (CDU), Joana Mortágua (BE), Vítor Pinto (PAN), Bruno Coimbra (Iniciativa Liberal) e Manuel Matias (Chega).
O atual executivo da Câmara Municipal de Almada, presidido por Inês de Medeiros, é governado pelos socialistas com quatro eleitos, a CDU também tem quatro, o PSD dois e o BE um.