A direção do PSD já deu o primeiro passo para a recandidatura de Rui Rio. A Comissão Política Nacional fez esta quarta-feira um balanço positivo do resultado do partido nas autárquicas de domingo e diz, em comunicado, que “o PSD está hoje em melhores condições para ganhar a confiança dos portugueses nas disputas eleitorais que se avizinham”, o que significa que a equipa do presidente do PSD acredita que Rio pode vencer as eleições legislativas de 2023. Se dúvidas existissem de os seus mais próximos fazem força para Rio ficar, o órgão composto por uma maioria de apoiantes do líder dá um sinal claro nesse sentido: “O PSD manifesta estar preparado para construir a alternativa política de que Portugal precisa.” A decisão de Rio, como o Observador escreveu na terça-feira, ainda não está tomada e depende da conjugação de vários fatores.

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Na mesma posição, a CPN acrescenta que “o PSD reforçou significativamente a sua implantação autárquica”, naquilo que a direção de Rio considera ser “uma adesão evidente do eleitorado ao posicionamento do PSD no centro ideológico, no espaço da social democracia“. O posicionamento ao centro é a marca de Rui Rio no partido, por oposição aos seus críticos que defendem uma aproximação maior à direita.

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Para a CPN do PSD este apoio dos portugueses à estratégia de Rio é demonstrada pelo “franco crescimento da adesão do eleitorado urbano e ainda pelo crescimento da representação autárquica na região do Alentejo, tida até aqui como reduto exclusivo das esquerdas”

Em comunicado, a Comissão Política Nacional — que reuniu na terça-feira à noite em Lisboa — lamentou ainda “profundamente” o aumento da abstenção e enviou  indiretas ao Chega e à Iniciativa Liberal: “Os novos partidos surgidos no espectro político nacional nada acrescentaram no combate à abstenção. Demonstrou-se nada terem contribuído para atrair a franja de eleitores afastados da participação eleitoral.”

Sobre os resultados, a CPN fez ainda uma análise quantitativa, em que destaca:

  •  O aumento do número de Câmaras Municipais – o PSD aumentou em 16% o número de câmaras municipais que detinha (de 98 para 114);
  • O aumento do número de vereadores (+68);
  • O aumento de deputados municipais (+114);
  • O aumento do número de Juntas de Freguesia (+40);
  • O aumento do número de eleitos nas Assembleias de Freguesia (+195);
  • O aumento do número total de eleitos (+373, num total de 13.423);
  • A redução significativa da diferença para o Partido Socialista, que superou mesmo as expectativas na medida em que a diferença foi encurtada em cerca de metade (47%) da distância entre PS e PSD.

No mesmo balanço, a CPN lembra que já conquistou os dois Governos regionais do país e que, depois do último domingo, o PSD é agora responsável pela gestão de 11 das 20 capitais de distrito do País (55%), enquanto o PS detém apenas 5 capitais de distrito (25%). Destaca ainda que “o PS perdeu a maioria absoluta na Associação Nacional de Municípios”.

O mesmo comunicado destaca que os resultados não são apenas melhores que os de 2017, mas também que os de 2013. Ou seja: que há 12 anos que o PSD não tinha resultados autárquicos tão bons.