Para já, não é preciso mexer na fórmula, mas em 2022 as vacinas contra a Covid-19 poderão precisar de alterações. O motivo prende-se com mutações do vírus que levem a novas variantes que consigam escapar entre as defesas do sistema imunitário. A previsão é do CEO da BioNTech que, em parceria com a Pfizer, criou uma das vacinas contra o SARS-CoV-2. O medicamento tornou-se o mais vendido do mundo no ano 2020.

“Este ano [uma vacina diferente] é completamente desnecessária. Mas, em meados do próximo ano, a situação pode ser diferente.” As declarações de Ugur Sahin foram proferidas durante uma entrevista ao Financial Times (conteúdo para assinantes).

Com o passar do tempo, o líder da empresa parceira da Pfizer acredita que vão surgir mutações que podem escapar das defesas imunitárias do corpo. “Este vírus vai ficar e o vírus vai adaptar-se ainda mais”, acrescentou na entrevista.

Não temos nenhuma razão para supor que o vírus da próxima geração será mais fácil de manusear para o sistema imunológico do que a geração existente. Esta é uma evolução contínua, e essa evolução apenas começou”, acrescentou Ugur Sahin.

Referindo-se às variantes que circulam atualmente no mundo, e em particular à Delta, Sahin explicou que, apesar de mais contagiosas, não implicaram mutações em número suficiente para pôr em causa a eficácia das vacinas. Aliás, argumentou, as doses de reforço (terceira dose) que alguns países já estão a fazer têm sido suficientes para aumentar a proteção contra as variantes que se conhecem.

No futuro, isso poderá ser diferente, não bastando o reforço. O vírus, diz o empresário que fundou a BioNTech com a mulher em 2008, acabará por desenvolver mutações que escapam da resposta imunitária criada pela vacina e, nessa altura, será preciso desenhar uma nova resposta “à medida” das novas variantes.

Assim, Sahin prevê duas realidades para 2022: doses de reforço a ser distribuídas pela população vacinada e um esforço acrescido para chegar aos países que ainda têm grande parte da população por vacinar. No entanto, continua a rejeitar a partilha de patentes, já que considera que isso seria um risco para o controle de qualidade.

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