Luís Montenegro perdeu para Rui Rio nas eleições internas de 2020, numa segunda volta disputada em que obteve 47% dos votos. Dois anos volvidos não se vai recandidar mas está preparado para apoiar uma candidatura que seja uma alternativa à atual liderança social-democrata. “No PSD há uma vontade grande de poder ter uma alternativa à estratégia seguida até aqui e, portanto, não me admiraria que aparecesse mais uma, ou até mais do que uma, alternativa ao dr. Rui Rio”, diz em entrevista ao Jornal de Notícias.

Montenegro diz que que Rui Rio “fez um bom trabalho no que toca às autárquicas” mas destaca que a principal vitória do PSD, a conquista da Câmara de Lisboa, se deve a “Carlos Moedas”. Contudo, o ex-líder parlamentar do PSD continua a pensar que Rui Rio não está em “condições de poder dizer que é uma alternativa sólida consistente para ganhar as eleições ao Partido Socialista”. E pode vir a estar? “Depende do que ele oferecer como proposta ao partido”, sendo certo que “há mais pessoas capazes” de “mobilizar o PSD”.

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Quem? Paulo Rangel? Montenegro não abre o jogo. Tido como um dos barões social-democratas com tropas no aparelho do PSD, o ex-líder parlamentar defende a apresentação de “pelo menos duas candidaturas”. Rui Rio e outra mas sem excluir que possa aparecer um terceiro candidato.

Montenegro diz estar em contacto com “muitas dezenas de militantes e responsáveis do PSD” mas faz questão de não individualizar os eventuais contactos com Paulo Rangel. Certo é que o seu apoio, tendo em conta a sua relativa influência no aparelho social-democrata, será sempre algo muito desejado por qualquer candidato contra Rui Rio.

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Ciente da importância do seu peso, Montenegro deixa um recado enigmático no final da entrevista com Marcelo Rebelo de Sousa ao barulho. “Não é o Presidente da República que nos vai levar ao Governo. Que nenhum candidato a líder pense isso porque, se pensar, não tem o meu voto”, afirma.