O número de crimes informáticos está a aumentar em Portugal, de acordo com o boletim do Observatório de Cibersegurança publicado na última semana e entretanto noticiado por vários meios de comunicação social.

Só nos primeiros seis meses de 2021, o Centro Nacional de Cibersegurança, autoridade nacional nesta matéria, recebeu mais denúncias do que em todo o ano de 2020 — e registou um total de 847 crimes informáticos, mais 23% do que no primeiro semestre de 2020.

O aumento confirma uma tendência vivida durante a pandemia da Covid-19, que já se tinha registado no ano passado: em junho de 2020 também já tinham sido recebidas mais denúncias do que em todo o ano de 2019.

Pandemia dispara cibercrime e denúncias já ultrapassaram as de 2019

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Além de o fenómeno da criminalidade informática ter registado um crescimento assinalável durante a pandemia (e o subsequente confinamento), o aumento do número de crimes informáticos tem vindo a verificar-se de modo consistente pelo menos desde 2016, de acordo com as autoridades portuguesas.

Dentro do universo da criminalidade informática, destaca-se o fenómeno do phishing, que representa 40% dos crimes detetados.

No caso do phishing está em causa a tentativa de obter informações pessoais de um utilizador através do envio de mensagens fraudulentas em massa como “isco”. Os bancos são habitualmente alvo deste tipo de crime, bem como empresas de entregas de encomendas, a Autoridade Tributária ou empresas de grande dimensão — e os clientes podem receber e-mails ou mensagens de telemóvel apelando-lhes que cliquem num link e insiram os seus dados pessoais.

Além do phishing, tem-se verificado também um crescente número de crimes através da aplicação MB Way e de práticas como a sextortion (extorsão com recurso a imagens ou informações de cariz sexual) e a burla com heranças.

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