O Governo de Macau anunciou esta terça-feira o encerramento de espaços de diversão no território, para evitar um surto comunitário de Covid-19, numa altura em que decorrem testes à população pelo segundo dia consecutivo, devido a novos casos.

“Para evitar a transmissão (…) causada pelo novo tipo de coronavírus na Região Administrativa Especial de Macau, a partir das 00h00 do dia 06 de outubro de 2021 são encerrados os cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos em vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de ‘bowling’, estabelecimentos de saunas e de massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de ‘health club’ e ‘karaoke’, bares, ‘night-clubs’, discotecas, salas de dança e ‘cabaret'”, pode ler-se no despacho do chefe do Governo.

Os casinos não estão incluídos na lista de espaços que deverão encerrar, tendo apenas um sido fechados temporariamente para desinfeção, devido à presença de uma pessoa infetada, informaram as autoridades, durante a conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

Casos em Macau que obrigaram a testes em massa têm origem em surto anterior

As autoridades de saúde de Macau informaram que os casos de Covid-19 que levaram a novos testes em massa à população, iniciados na segunda-feira, têm origem no surto anterior, detetado em 24 de setembro.

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Após investigação epidemiológica, as autoridades concluíram que se trata igualmente da estirpe Delta do novo coronavírus, tendo o 72.º caso, diagnosticado esta segunda-feira, “100% de semelhança” com o caso 64.º, detetado em 24 de setembro, num viajante proveniente da Turquia, e que já tinha levado as autoridades a decretar a segunda ronda de testes em massa.

“Em termos genéticos, os casos 72.º a 75º [detetados esta semana] têm a ver com o caso 64.º, que veio da Turquia”, informaram, durante a conferência diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

Na origem de pelo menos uma situação de transmissão terá estado uma viagem de autocarro em que estiveram os casos 66.º e 74.º, em 24 de setembro, precisaram.

As autoridades de Macau estão a realizar desde segunda-feira testes à Covid-19 para toda a população, pela terceira vez desde o início da pandemia, seis dias depois de concluída a segunda ronda, em 28 de setembro, então com resultados negativos. A nova ronda arrancou na segunda-feira, em 41 locais, e deverá prolongar-se até quinta-feira.

Até às 15h00 de hoje (8h00 em Lisboa), foram testadas mais de 244.000 pessoas, tendo sido apurados mais de 121.000 resultados, todos negativos, informou o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. Atualmente, 3.284 pessoas estão em isolamento em hotéis de Macau, das quais mais de 2.020 em estabelecimentos designados pelo Governo.

As autoridades sanitárias estabeleceram ainda várias zonas de código vermelho, com proibição de saída dos residentes, e de código amarelo, com os residentes a serem sujeitos a pelo menos mais um teste, não podendo sair de casa antes de ser conhecido o resultado. De acordo com as autoridades, atualmente há 2.950 pessoas nestas zonas, 969 em áreas de código vermelho e 1.981 em zonas amarelas.

A terceira ronda de testes em massa desde o início da pandemia foi decretada após a deteção de um novo caso, na segunda-feira, um trabalhador do interior da China, tendo sido diagnosticados desde então mais três casos conexos, em pessoas de contacto próximo.

Entretanto, o Governo de Macau anunciou a suspensão dos serviços públicos e dispensa dos funcionários até quinta-feira, indicando que devem ser adotadas “medidas adequadas” para assegurar serviços indispensáveis.

O estado de emergência imediata, decretado em 25 de setembro, depois de a doença ter sido diagnosticada num residente de Macau oriundo da Turquia e em vários casos conexos, continua em vigor, indicaram as autoridades. Em agosto, após a deteção de quatro casos da variante Delta do novo coronavírus, todos na mesma família, o Governo de Macau também decretou o “estado de emergência imediata” e testou toda a população. Macau contabilizou apenas 75 casos desde o início da pandemia, não tendo registado qualquer morte.