Forças armadas do governo talibã destruíram no passado domingo uma célula do autoproclamado Estado Islâmico (EI) no norte de Cabul, em retaliação contra o ataque a uma mesquita na cidade que provocou pelo menos cinco mortos.
Pelo menos cinco mortos após explosão junto a mesquita em Cabul
Um porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, anunciou na rede social Twitter a operação contra a fação do Estado Islâmico destruiu o esconderijo do grupo na capital e matou os todos jihadistas que lá se encontravam. A agência Amaq (afeta ao EI), disse no Telegram que o grupo reivindicou o ataque à mesquita.
Os residentes locais disseram que as forças talibãs impuseram um cordão de segurança na área antes de começarem a investida. A luta armada durou várias horas e pelo meio ouviram-se duas grandes explosões, que a agência Reuters diz terem sido provocadas pelos membros do EI.
Outro residente, não identificado por razões de segurança, disse que houve uma explosão final, que aparentemente matou todos os membros do ISIS-K no edifício onde se encontravam.
A operação dos talibãs aconteceu depois de o EI ter reivindicado um ataque com uma bomba perto da mesquita Eid Gah, em Cabul, sendo que a agência britânica o descreve como um dos piores ataques na capital afegã desde aquele que se verificou no aeroporto da cidade, no final de agosto, também reivindicado pelo mesmo grupo do autoproclamado estado Islâmico, chamado ISIS-Khorasan (o nome ancestral da região), ou ISIS-K.
Afeganistão. As fotografias e vídeos da explosão junto ao aeroporto de Cabul
Os talibãs dizem ter quase o controlo total do país, numa altura em que enfrentam forças leais a Ahmad Massoud, um líder de oposição da região de Panjshir, a norte de Cabul. Também têm havido incidentes em Parwan, igualmente a norte, e na província de Nangarhar, em particular na cidade de Jalalabad, onde os jihadistas já tinham reivindicado um ataque.
Um residente de Cabul, Samiullah, disse que a melhoria na segurança “é uma consolação”, mesmo que a situação económica tenha piorado desde a tomada de poder dos talibãs. A economia do Afeganistão está próxima do colapso e grandes áreas do país estão próximas de uma crise de fome.