Juntamente com a Alfa Romeo e a DS, a Lancia é considerada uma das marcas premium do recém-formado grupo Stellantis. O que é simultaneamente uma surpresa e uma bênção, pois se, por um lado, parecia condenada ao esquecimento, dentro do grupo FCA e antes da fusão com a PSA, por outro lado, vai permitir manter no activo a marca que inúmeros sucessos conheceu na competição e que nos trouxe modelos como o Stratos e o Delta.
Luca Napolitano foi o homem escolhido para liderar a Lancia rumo ao regresso à ribalta, numa fase em que a marca se prepara para celebrar o seu 115º aniversário, o que acontecerá no próximo 27 de Novembro. E tudo indica que, para celebrar a efeméride, nada melhor do que oferecer um presente de peso. Nada menos do que um novo Delta.
Nas palavras de Napolitano, “o Delta dos tempos modernos será um verdadeiro Delta, um carro excitante, um manifesto de progresso e tecnologia e, obviamente, eléctrico”. É claro que todas estas características, para serem realistas, obrigam a Lancia a apostar de cabeça nos eléctricos, pelo que nada de plataformas que nasceram para motores de combustão e que depois são adaptadas para alojar baterias e unidades eléctricas.
A Lancia, para o Delta, vai dispor da STLA Medium, a plataforma que permite gerar veículos dos segmentos C e D, ou seja, com comprimentos entre 4,3 e 4,7 metros, com o Delta a posicionar-se no primeiro destes escalões. Esta base permite montar motores no eixo traseiro ou frontal, com potências que podem oscilar entre 170 e 245 cv. A distância entre eixos da plataforma assegura o alojar de uma bateria com capacidade suficiente para garantir 700 km de autonomia, substancialmente mais do que hoje é normal encontrar nos eléctricos da Stellantis.
Do programa da Lancia faz parte, para além do Delta eléctrico, uma nova geração do Ypsilon, previsto para 2024, um SUV eléctrico para 2026 e um hatchback a bateria em 2027.