Milhares de pessoas saíram este domingo às ruas de cidades como Varsóvia, Cracóvia e Poznan, munidas de bandeiras da Polónia e da União Europeia, para protestar contra uma eventual saída do país do grupo dos 27, está a avançar a Associated Press.

As manifestações acontecem três dias depois de o Tribunal Constitucional polaco ter decidido, num parecer requerido pelo próprio primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, que, em determinadas questões, o direito polaco tem primazia sobre as leis comunitárias.

Apesar de Morawiecki, líder do partido nacionalista Lei e Justiça, ter garantido esta quinta-feira que não tenciona promover uma saída da UE — “O lugar da Polónia é e será entre a família das nações europeias”, disse, via Facebook —, o discurso recente de outros membros de topo do partido tem dado a entender o contrário.

“Temos de salvar a Polónia, ninguém vai fazer isto por nós”, disse Donald Tusk, o principal líder da oposição na Polónia, de que foi primeiro-ministro entre 2007 e 2014, e ex-presidente do Conselho Europeu, no discurso em que apelou às manifestações.

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Os críticos do governo de Morawiecki temem que o braço de ferro com Bruxelas possa culminar num “Polexit”. Em comunicado emitido logo na quinta-feira, a Comissão Europeia avisou que “não hesitará em fazer uso dos poderes que lhe são conferidos pelos tratados para salvaguardar a aplicação uniforme e a integridade do direito da União”.

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