A comissão de Ambiente do Parlamento Europeu adotou esta terça-feira uma posição para a COP26, pedindo às potências do G20 que sejam neutras em carbono até 2050 e financiamento de 90 mil milhões de euros por ano para os territórios pobres.

Em reunião realizada na manhã desta terça-feira, a comissão parlamentar de Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar adotou a sua contribuição para a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), com 60 votos a favor, 15 votos contra e três abstenções, apelando a todos os países para implementarem uma recuperação verde e reforçarem as metas climáticas.

Para estes eurodeputados, as potências do G20 devem desde logo “dar o exemplo” e comprometer-se a alcançar a neutralidade climática até 2050, “o mais tardar”.

Além disso, a comissão parlamentar quer mais apoio financeiro para combater as alterações climáticas, vincando que as nações desenvolvidas devem cumprir a sua promessa de angariar pelo menos 100 mil milhões de dólares (cerca de 90 mil milhões de euros) em financiamento climático por ano para os países em desenvolvimento.

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Além disso, “esse montante deve ser aumentado a partir de 2025, quando as economias emergentes também devem começar a contribuir”, salientam os parlamentares na resolução, defendendo ainda um “roteiro delineando a contribuição justa de cada país desenvolvido para este plano de financiamento”.

Segundo os eurodeputados, todos os países em desenvolvimento devem poder participar na COP26, apesar das restrições ainda relacionadas com a pandemia de Covid-19.

Ao nível comunitário, os eurodeputados exortam a Comissão Europeia a criar um “clube internacional do clima” com outros grandes emissores de gases com efeito de estufa, de forma a “estabelecer normas comuns e aumentar a ambição em todo o mundo através de um mecanismo comum de ajustamento das fronteiras de carbono“.

E adiantam que a União Europeia (UE) deve continuar a ser líder mundial na luta contra as alterações climáticas, nomeadamente assegurando que o pacote climático da “Fit 55” está totalmente em conformidade com o Acordo de Paris.

Outra proposta para o espaço comunitário é a de eliminar gradualmente “todos os subsídios diretos e indiretos aos combustíveis fósseis na UE até 2025”, esperando que outros países tomem medidas semelhantes. A resolução ainda terá de ter aval do plenário na assembleia europeia da próxima semana.

O Parlamento tem vindo a insistir numa legislação mais ambiciosa na UE em matéria de clima e biodiversidade, tendo chegado a declarar emergência climática em novembro de 2019.

Em junho de 2021, a nova lei climática foi adotada pela assembleia europeia, visando transformar o compromisso político para a UE chegar à neutralidade climática até 2050 numa obrigação vinculativa para a União e os seus Estados-membros.

A legislação veio ainda reforçar as metas verdes europeias, prevendo uma redução de pelo menos 55% das emissões dos gases com efeito de estufa até 2030, em comparação com o nível de 1990.

Já em julho de 2021, a Comissão Europeia apresentou o novo Pacto Ecológico Europeu.