A melhor maneira de evitar uma ressaca é, de facto, não beber. Mas em não podendo seguir esta premissa e se os exageros forem tais que na manhã seguinte se sofra da dita ressaca há um conselho a registar: não tomar paracetamol para aliviar os sintomas deste estado que oscilam entre os desconforto geral do corpo e a malfadada dor de cabeça.

Será recorrente muita gente servir-se de um comprimido paracetamol — pelas suas capacidades analgésicas e antipiréticas — para tentar aliviar o mal estar causado pela ressaca, mas a verdade é que “devido à sua toxicidade hepática, está contra-indicada em pessoas com insuficiência hepática ou hepatite viral”, explica a farmacêutica Irene Suárez ao El Confidencial.

E, por isso, é também desaconselhado a momentos em que há ingestão excessiva de álcool. “Embora em nenhum caso seja aconselhável tomar drogas com álcool, no caso do paracetamol é especialmente importante evitar esta combinação, pois ambas poderiam aumentar a toxicidade e o risco de sofrer danos hepáticos”, explica Suárez, dos Serviços Técnicos do Conselho Geral de Farmacêuticos.

O grande problema reside no facto de o fígado, após o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, está num processo de metabolismo desse mesmo álcool e das substâncias tóxicas para o organismo, pelo que poderia causar efeitos adversos no órgão com riscos de danos renais e hepáticos.

Francisco Javier Otero Espinar, professor de Farmacologia na Universidade de Santiago de Compostela , explicou ao jornal espanhol que o ibuprofeno pode ser um caminho mais viável por pertencer ao grupo dos anti-inflamatórios não esteróides e tem atividade antipirética, analgésica e anti-inflamatória.

“Ao contrário do paracetamol, o ibuprofeno não causa danos hepáticos, embora devido ao seu próprio mecanismo de ação anti-inflamatória possa afetar a mucosa gástrica e danificar a barreira protetora do estômago. Mas fá-lo-á em menor medida do que outros medicamentos do grupo anti-inflamatório”, explicou.

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