Depois de revelar o novo Astra a 1 de Setembro, o primeiro a ser concebido com recurso ao banco de órgãos da Stellantis, a Opel deslocou-o até ao nosso país para mostrar este que é um dos seus modelos mais importantes. Apesar de serem duas unidades pré-série, uma vez que a produção apenas arrancará no final do ano, permitiu-nos vislumbrar tudo o que o modelo vai ter para oferecer aos condutores nacionais.

Concebido sobre a plataforma EMP2, especificamente a 3ª versão desta que é conhecida internamente como a Efficient Modular Platform 2, a mesma que também serve de base ao recente Peugeot 308, o novo Astra consegue de uma assentada complementar a tradicional oferta de motorizações a combustão, tanto a gasolina como a gasóleo, com unidades híbridas plug-in (PHEV) e 100% eléctricas. Sendo esta a primeira vez em que a berlina compacta da marca alemã, no segmento mais importante do mercado, vai oferecer versões de baixas emissões (PHEV) e com emissões zero (EV).

Novo Astra aposta na estética

Com um comprimento similar (a nova geração é apenas 4 mm mais longa), o novo Astra recorre à nova plataforma para crescer 51 cm em largura (1,860 m) e 13 cm na distância entre eixos, o que deixa antever mais espaço para quem se senta atrás. A bagageira também deverá crescer, face aos anteriores 370 litros, mas a marca ainda não anunciou os valores definitivos, sabendo-se que as versões PHEV serão ainda menos generosas devido à presença da bateria.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

6 fotos

Mas a grande diferença no novo Astra é a aposta na estética, mais atraente e moderna, com óbvia conotação desportiva. Isto é visível nos alargamentos dos guarda-lamas, tanto à frente como atrás, nos pára-choques mais sofisticados em termos de design, e na carroçaria em cunha definida pela superfície vidrada, que se torna mais evidente nas versões com o tejadilho pintado em negro.

Os faróis são de LED em todas as versões, mas nas mais sofisticadas e caras surgem os Intelli-Lux LED Pixel Light, com 84 elementos por farol, herdados do Insignia. Mais complicado foi adaptar ao Astra a grelha que a Opel denomina Vizor, essencialmente uma “banda” preta que une os faróis e que nos Mokka, Crossland e Grandland não não apresenta entradas de ar. Porém, no Astra, por ter a frente mais baixa e o ar que entra através do pára-choques não ser suficiente, surgem quatro rasgos de cada lado que estragam o efeito pretendido pela Vizor, apesar de a marca o tentar esconder em todas as fotos oficiais.

Maior por dentro e o Pure Panel

Uma vez sentado ao volante, a posição de condução é correcta e à frente surge o Pure Panel, com o painel de instrumentos em frente ao condutor unido ao ecrã central táctil, virado para quem está ao volante. Um conjunto de botões permite o acesso directo às funções mais usuais, poupando tempo e evitando que os olhos estejam demasiado tempo longe da estrada.

A grelha Opel Vizor perde alguma da sua magia no Astra, devido às entradas de ar que exibe para ventilar o radiador

Os bancos são bons, com certificação dos germânicos especialistas em ergonomia da AGR, que a Stellantis também usa na Peugeot e na DS. Mas o ganho em matéria de espaço é mais evidente para quem se senta atrás, em largura e espaço para as pernas. Os materiais são bons e os acabamentos também, apesar de estarmos perante unidades pré-série.

Dois PHEV e carrinha em 2022. Eléctrico em 2023

Com a produção a iniciar-se em Dezembro, as primeiras unidades do novo Astra vão chegar aos clientes que encomendem, a partir da próxima semana, no final do 1º trimestre de 2022. Isto inclui as versões com caixa manual de seis velocidades ou automática de oito, a Aisin, de origem japonesa, e motores 1.2 Turbo e 1.5 Turbodiesel. O primeiro com três cilindros e 130 cv – curiosamente e ao contrário da Peugeot, no novo 308, a Opel não propõe o 1.2 com 110 cv como a versão de entrada na gama –, enquanto o diesel é um tetracilíndrico com 130 cv.

Se estes motores mais tradicionais representam 2/3 das vendas, de acordo com Enrico de Lorenzi, o novo brand manager para o nosso país, os restantes 33% das vendas estarão a cargo das duas versões PHEV, que a Opel oferece pela primeira vez no Astra. O motor a combustão é o 1.6 sobrealimentado com quatro cilindros, que já conhecemos na Peugeot, DS, Citroën e no Grandland da Opel. Não funciona em ciclo Miller, o que privilegiaria os consumos, mas pode fornecer 150 cv ou 180 cv, consoante a versão.

Ao motor de combustão a gasolina está associado um motor eléctrico de 110 cv, instalado dentro da caixa automática EAT8, no lugar do conversor de binário, alimentado por uma bateria com 12,4 kWh de capacidade, não tendo a marca revelado a capacidade útil do acumulador, que contudo espera que garanta uma autonomia em modo EV de 60 km. As duas versões do motor de combustão vão permitir ao Astra oferecer dois PHEV, um com 180 cv de potência acumulada e um segundo com 225 cv, mas sempre com o mesmo binário de 360 Nm, numa solução similar à esgrimida pelo Peugeot 308.

Se os Astra PHEV têm chegada a Portugal prevista igualmente para o final do 1º trimestre, juntamente com as versões a gasolina e a gasóleo, há uma outra versão do Astra que passará a ser disponibilizada aos condutores nacionais ainda em 2022, mais precisamente em Dezembro. Referimo-nos à carrinha, versão que tradicionalmente é a preferida dos portugueses, a avaliar pelos resultados das gerações anteriores, uma vez que, sem grandes prejuízos em termos de peso ou de rendimento aerodinâmico, consegue uma bagageira mais versátil.

9 fotos

O último Astra a chegar ao mercado será o 100% eléctrico, potencialmente denominado Astra-e, em relação ao qual apenas se sabe que parte de uma plataforma concebida para veículos a combustão, adaptada à instalação de um pack de baterias, tal como irá acontecer no 308. Não é a melhor solução do ponto de vista da eficiência, mas permite evitar maiores custos e investimentos.

Preços a partir de 25.600€

A versão mais acessível do novo Astra será aquela que monta o motor tricilíndrico 1.2 Turbo, com 130 cv e caixa manual, que a marca comercializará a partir de Março por 25.600€. Este valor é praticamente idêntico ao praticado pela geração anterior, uma vantagem face ao maior conteúdo de equipamento que possui.

Comparado com o também novo Peugeot 308, o rival e irmão Opel Astra, com quem partilha chassi, mecânicas e equipamento, o modelo francês surge no site da marca a partir de 22.800€, apesar de obrigar a financiamento através do banco associado à marca. Ainda assim, trata-se de um diferencial superior a 10%.

Não há valores para as restantes versões. Mas em relação aos PHEV, como o 308 já anunciou que a versão Hybrid 180 será transaccionada por 34.450€, o Astra com a mesma mecânica não deverá exigir muito mais.