A Air New Zealand, companhia aérea neozelandesa, está a transformar um Boeing 787 numa clínica de vacinação para os habitantes não vacinados de Auckland, já para este sábado. É uma das várias clínicas que estará a funcionar por todo o país como parte do “Super Sábado”, uma iniciativa do governo da Nova Zelândia com o objetivo de aumentar a taxa de vacinação do país.
No próximo dia 16, quem se inscreveu pode chegar ao aeroporto de Auckland “com destino à vacinação”, como informa a companhia aérea, na página do evento. Contudo, a viagem não se fica pela proteção contra Covid-19: os passageiros, posteriormente, poderão “desfrutar da hospitalidade mundialmente renomeada da Air New Zealand”, desde conhecer os bastidores de um hangar de aeronave até lanches gratuitos.
“As pessoas embarcarão pela porta da frente no Business Premier, onde receberão uma dose da vacina Pfizer no braço à escolha”, descreve a companhia aérea. Serão ainda servidos lanches enquanto os passageiros aguardam pelo desembarque, passado o período de observação. Máscaras faciais e distanciamento físico são obrigatórias para a segurança dos clientes e da tripulação, acrescenta ainda.
Não há cobrança pela vacina ou pela experiência, embora os clientes que conseguirem reservar um lugar no “Jabaseat”, como foi designado o avião especialmente preparado para o evento, sejam responsáveis pela deslocação para o aeroporto.
“Sabemos que os habitantes de Auckland têm recentemente enfrentado dificuldades e esperamos que a ideia de embarcar numa avião internacional pela primeira vez desde há muito tempo levante o ânimo, ao mesmo tempo que incentiva as pessoas a protegerem-se”, revela o diretor de segurança da companhia aérea, David Morgan, ao The New Zeland Herald, caraterizando o evento como uma oportunidade “única na vida”.
A Nova Zelândia não é o único país que oferece vacinas contra a Covid-19 em lugares invulgares como motivação para as pessoas se vacinarem. Por exemplo, na Suécia, algumas pessoas inscreveram-se para serem vacinados no Salão de Banquetes do Prémio Nobel.
Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia, anunciou que vai adotar um modelo de tomada de medidas baseado nas taxas de vacinação, abandonando a política anterior de tentativa de eliminação do vírus. Cerca de 50% da população do respetivo país foi vacinada até agora, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
Nova Zelândia abandona a estratégia de eliminação total da Covid-19
Graças ao fecho rápido das fronteiras e aos bloqueios rígidos, a Nova Zelândia teve apenas 4.760 casos diagnosticados de coronavírus e 28 mortes. É dos números mais baixos do mundo.