A ministra da Saúde, Marta Temido, disse esta sexta-feira que o Governo está disponível para dialogar com os sindicatos que nos últimos dias convocaram várias greves, no entanto, fez questão de vincar que dialogar não significa dar uma resposta às reivindicações de médicos, enfermeiros ou farmacêuticos.  E considera que “não há coincidências” com a convocação de greves numa altura em que se debate o Orçamento do Estado.

“O Governo sempre esteve disponível para negociar as questões que os sindicatos colocaram”, começou por dizer a ministra da Saúde, em declarações aos jornalistas no Hospital Conde de Ferreira, no Porto considerando que “a questão é que dialogar não significa necessariamente poder dar uma resposta favorável a todo o conjunto de reivindicações”. Além disso, apesar de o executivo ter em conta as preocupações levantadas pelos vários setores da Saúde, a “prioridade são as respostas às questões dos utentes”.

“As motivações dos profissionais [de saúde] são uma grande preocupação, o seu desgaste, as suas preocupações, as suas angústias, o seu desgaste emocional, mas há uma preocupação de sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que temos de ter para com todos os portugueses”, afirmou Marta Temido, referindo de seguida que “não há coincidências” no fato de uma série de greves ter sido convocada enquanto se discute o Orçamento do Estado.

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“Também é importante dizer que não há coincidências. Parece que de setembro para outubro, todo o SNS que estava com uma resposta extraordinária, está agora a claudicar. É preciso que as pessoas percebam lá em casa que estamos num contexto específico, em que é o momento em que as pessoas normalmente apresentam as questões que têm de apresentar, e naturalmente os governos tentam responder na medida daquilo que são as possibilidades do país”, disse Marta Temido.

Nas últimos dias, médicos, farmacêuticos do SNS e enfermeiros anunciam greves a começar já neste mês e outubro e também no mês de novembro, reivindicando, entre outros aspetos, o descongelamento de carreias ou medidas para enfrentar o desgaste sentido por estes profissionais.

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Marta Temido disse compreender que “muitas das aspirações e reivindicações tenham estado contidas durante este período em que foi necessário que todos nos concentrássemos na resposta à pandemia e que estejam agora a surgir todas ao mesmo tempo”, no entanto, frisou que o que está em causa é uma “questão da disponibilidade que temos, enquanto país, para atender a todas as reivindicações ao mesmo tempo”.

“Não estamos a falar de não atender as reivindicações. Estamos a falar do ritmo ao qual elas podem ser respondidas e da conjugação dessas mesmas respostas”, rematou a ministra da Saúde, notando que este mês estão previstas reuniões do Governo com os sindicatos, das quais o executivo espera que “tragam algumas respostas”.

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