A ministra da Saúde, Marta Temido, defendeu esta quinta-feira que debatendo com “maior profundidade” o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) com as várias classes profissionais, muitas das razões que as levaram a marcar greves fiquem resolvidas.

“Temos a expectativa de que explicando ao longo dos próximos tempos com maior profundidade as soluções que o Orçamento do Estado para 2022 traz e, naturalmente, esperamos que também no processo parlamentar ele possa ainda ser robustecido, estas questões fiquem ultrapassadas”, afirmou Marta Temido à margem do Congresso Nacional de Saúde Materno-infantil “CMIN Summit’21”, organizado pelo Centro Materno-infantil do Norte (CMIN), no Porto.

Após a apresentação do OE2022, médicos, enfermeiros, técnicos de emergência e farmacêuticos anunciaram greves para outubro e novembro.

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A titular da pasta da Saúde referiu que os anúncios das greves trazem três níveis de preocupação, o primeiro dos quais a resposta que é dada às pessoas, nomeadamente o que pode ser posto em causa em termos de atividade assistencial.

O segundo, ressalvou, está relacionado com a motivação dos profissionais de saúde e a forma como estes veem a sua relação de trabalho.

Marta Temido apontou ainda a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), lembrando que essa não é sempre garantida, sendo por isso necessário ter cuidado com as escolhas em cada momento.

Sobre o momento em que as greves das diferentes classes são anunciadas, a ministra da Saúde lembrou que o país atravessou um período especial com a pandemia de Covid-19 e que, durante esse tempo, os profissionais de saúde não reclamaram muitas das questões que indicam como problemas que se arrastam há longos anos.

“Portanto, neste momento, é natural que esses problemas venham outra vez para cima da mesa e nós cá estamos para os resolver”, afirmou.

Ministra diz que a Saúde tem sempre uma fatia significativa

A ministra da Saúde, Marta Temido, considerou esta quinta-feira que o Ministério da Saúde tem sempre uma “fatia muito significativa” do Orçamento do Estado devido à sua relevância social.

“Penso que o Ministério da Saúde é, genericamente, um ministério que nos Orçamentos do Estado tem pela relevância social da Saúde uma fatia muito significativa, 703 milhões de euros a mais que fazem com que desde 2015 até agora tenhamos mais de 3,2 mil milhões de euros no programa orçamental da Saúde e que levam os portugueses e os profissionais, todos penso eu, a dizer que precisamos de fazer melhor com esta verba”, disse Marta Temido à margem do Congresso Nacional de Saúde Materno-infantil “CMIN Summit’21”, organizado pelo Centro Materno-infantil do Norte (CMIN), no Porto.

A ministra disse que a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) que o Governo submeteu à Assembleia da República tem respostas para questões que têm sido suscitadas.

“Pode-se dizer que ainda não são as respostas finais, mas já traz respostas para algumas questões e estamos, naturalmente, disponíveis para continuar a trabalhar”, garantiu.

Marta Temido disse acreditar que alguns aspetos possam ainda ser melhorados com o envolvimento dos profissionais de saúde, dos partidos políticos e de outras entidades.

Sobre a administração da terceira dose da vacina contra a Covid-19, a ministra da Saúde assumiu que a grande expectativa se prende com a possibilidade de haver uma coadministração desta vacina juntamente com a da gripe, que, disse, permitirá em termos de celeridade e de conforto um “enorme ganho” para os utentes.

“Vamos ver se é possível tecnicamente”, concluiu.