A nova variante identificada no Reino Unido – e provisoriamente chamada AY.4.2 –, já foi identificada nove vezes em Portugal, nas amostras que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa) analisou geneticamente.

De 24 de agosto a 4 de outubro, foram analisadas nove sequências genéticas, com as duas mutações adicionais que caracterizam esta variante (Y145H e A222V), referiu o Insa no relatório semanal “Diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal”, divulgado esta terça-feira.

A análise genética indica que os casos detetados em Portugal representam várias introduções independentes do vírus, as quais estão sob investigação pelas autoridades de Saúde”, lê-se no relatório.

No relatório é possível perceber que existem, pelo menos, 32 sublinhagens da variante Delta (entre as 9.544 sequências desta variante), descritas com o código AY seguido de um código numérico. A mais frequente em Portugal é a sublinhagem AY.4, na qual surgiram duas novas mutações que deram origem à AY.4.2.

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A sublinhagem AY.5 também é frequente, representando cerca de 30 a 40% dos casos analisados em cada semana (pelo menos, desde junho), seguida da AY.7.2 com uma frequência de 10 a 20%. A AY.7.2 foi a única que apresentou um aumentou de frequência, mas, alerta o Insa, esta sublinhagem não apresenta mutações adicionais na proteína spike (a que permite ao vírus entrar nas células humanas).

A discriminação em sublinhagens não indica que estas apresentem diferenças funcionais (isto é, maior transmissibilidade, associação a doença severa, maior capacidade de evasão ao sistema imunitário, etc.)”, alerta o Insa.

O objetivo da definição das sublinhagens é o “agrupamento de vírus com maior proximidade genética/epidemiológica entre si”, para facilitar “a monitorização contínua da evolução genética e dispersão geo-temporal de SARS-CoV-2, potenciando a deteção precoce de novas constelações de mutações (isto é, variantes) de interesse”, esclarece.

O relatório destaca ainda que não se detetam casos da variante Gamma (que teve origem em Manaus, Brasil) desde a semana de 13 a 19 de setembro, quando houve um pequeno surto no Alentejo. E não se detetam casos da variante Beta (que teve origem na África do Sul) desde a semana de 19 de julho.