Filipe Anacoreta Correia, presidente da Mesa do Conselho Nacional, acusa os críticos da atual direção interna de estarem a conduzir um ataque “anti-democrático” que deve merecer um “veementente repúdio”.

O dirigente democrata-cristão entende que os apoiantes de Nuno Melo queriam “obstaculizar o Conselho Nacional” para impedir o partido de discutir de forma “livre”, “legítima”, “alargada” e “livre” o adiamento das eleições internas do CDS. “Isso sim, seria uma afronta à democracia. Falta de democracia é não ter respeito pela maioria”.

Sobre o aspeto formal, Anacoreta Correia recordou que, “até ao momento presente”, o Conselho Nacional do partido não foi “ainda notificado de qualquer decisão do Conselho Nacional de Jurisdição”. “Tudo o que recebemos foram dois emails que transmitem a informação sobre uma decisão. É inexistente qualquer decisão do Conselho Nacional de Jurisdição.”

Mais: “O Conselho Nacional não foi ouvido nem tivemos oportunidade de nos pronunciar. Os portugueses compreenderão que tem de ser assegurado o mínimo de contraditório pelos tribunais”, alegou.

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Além disso, Anacoreta Correia, tal como outros dirigentes do partido têm feito nas redes sociais, apontou o dedo diretamente à relatora da deliberação que considerou o Conselho Nacional (logo, o adiamento das internas) ilegal.

“A relatora desta decisão [Otília Gomes] estará em manifesta violação da lei dos estatutos do partido. É membro da comissão política distrital de Braga, presidida por Nuno Melo”, acusou Anacoreta Correia.

O dirigente democrata-cristão recusou ainda que um dos argumentos esgrimidos por Nuno Melo — o facto de o Conselho Nacional ter sido convocado em cerca de 24 horas — é “rídiculo” e lembrou que no passado alguns dos que hoje “rasgam as vestes”, como António Pires de Lima (de saída do CDS) ou de Diogo Feio (atual membro do Conselho Nacional de Jurisdição, fizeram exatamente o mesmo.

Sobre as saídas de Adolfo Mesquita Nunes, António Pires de Lima e de outros quadros do partido, o presidente da Mesa do Conselho Nacional disse ter recebido essas notícias com “pesar”, mas não deixou margem para dúvidas: “Temos a certeza que nunca o partido se confunde com essas personalidades”.