A variante H5N6 da gripe das aves registou um aumento significativo na China — em 2021, 25 pessoas contraíram o vírus em comparação com as cinco de 2020. O Centro de Controlo Prevenção e Doenças (CDC) dos Estados Unidos da América emitiu, esta segunda-feira, uma nota em que dá conta da evolução da variante. 

O organismo adverte que é contagiosa e mortífera, estimando-se uma taxa de mortalidade a rondar os 67%. Os três últimos casos detetados de H5N6 resultaram mesmo em internamentos em unidades de cuidados intensivos. Além disso, das 25 pessoas que contraíram a doença este ano, sete morreram.

“O aumento de casos em humanos na China durante este ano é preocupante. É um vírus que causa uma alta mortalidade“, diz à Reuters Thijs Kuiken, professor de patologia comparativa da Centro Universitário Médico de Roterdão.

Todos os casos detetados resultaram de um contacto direto entre as aves e humanos. Até ao momento, ainda não houve registo de contágio entre pessoas — algo que, de acordo com o CDC, é necessário apurar para entender a potencialidade de esta variante se poder tornar uma pandemia e para se poder tomar medidas de prevenção atempadamente.

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Em 2016, a CDC considerou que havia um risco moderado de esta variante poder dar origem a uma pandemia, garantindo na nota publicada esta segunda-feira que não houve nenhuma alteração e que monitoriza a situação com regularidade. Para já, assegura que o risco de a doença se propagar é baixo nos Estados Unidos.

Este vírus transmite-se entre aves domésticas através de saliva, mucosas e fezes. As infeções em humanos ocorrem quando estes elementos entram em contacto com os olhos, nariz e boca. Para prevenir infeções deste género, a China vacina as aves domésticas, mas esta variante terá escapado a essa proteção.

Desde 2014, ano em que se descobriu esta variante, foram detetados 51 casos da doença em humanos — metade dos quais em 2021.