As autoridades bielorrussas encaminharam cerca de 500 migrantes, a maioria do Médio Oriente, para fronteira com a Polónia, noticia o The Guardian. Uma coluna de cerca de cinco centenas de pessoas foi vista a ser escoltada por militares bielorrussos numa autoestrada que vai desde a cidade de Bruzgi, até a uma floresta na divisória entre os dois países.
Devido ao número crescente de migrantes que tentam entrar na União Europeia através da Polónia, o país autorizou a polícia a expulsar potenciais candidatos asilo político de países como o Iraque, a Síria e o Afeganistão. As autoridades bielorrussas, por sua vez, não deixam os migrantes voltar para o país. Desta forma, os refugiados ficam presos entre as duas fronteiras, obrigados a ficar nas florestas da zona, onde as temperaturas atingidas caem para valores abaixo de 0º C.
A Bielorrússia foi acusada, pela Polónia e outros países da União Europeia, de tentar provocar uma nova crise de refugiados na Europa, para se vingar das críticas ao Governo de Alexander Lukashenko e sanções europeias, provocadas pela aterragem forçada de um voo da Ryanair em maio, sob o pretexto de uma ameaça de bomba, para deter um jornalista que partilhava informação de protestos antigovernamentais no país.
Polónia aumenta para 12 mil os militares na fronteira com Bielorrússia
O ministro da defesa da Polónia, Mariusz Błaszczak, afirmou que doze mil soldados estavam “preparados para defender a fronteira polaca”, em publicação no Twitter. A Polónia anunciou, também, a construção de um muro de mais de 100 quilómetros para se proteger da migração na fronteira.
Na granicy pełni służbę już ponad 12 tys. żołnierzy. Podnieśliśmy stan gotowości @terytorialsi. Wspólnie ze służbami MSWiA jesteśmy przygotowani do obrony polskiej granicy. https://t.co/1HtsNJEsGU
— Mariusz Błaszczak (@mblaszczak) November 8, 2021
A guarda fronteiriça da Bielorrússia negou qualquer envolvimento na deslocação dos migrantes, e disse que “a indiferença e falta de humanidade das autoridades polacas levou os refugiados a agir em desespero”.