O centro de contraespionagem da CIA alertou a agência para o problema em estabelecer contacto com dezenas de informadores ao serviço do governo norte-americano.

Nos últimos anos, vários informadores foram assassinados, detidos e descobertos, e alguns agentes foram eliminados por agências de espionagem rivais, segundo o New York Times. Vários serviços de informação de outros países, como Rússia, China, Irão e Paquistão tentam detetar estes espiões ao serviço dos Estados Unidos e torná-los agentes duplos.

O centro de contraespionagem da CIA aponta a “prioridade da missão em relação à segurança” como a principal causa deste problema, o que se reflete em fatores como a fraca qualidade de espionagem, confiar demasiado nas fontes, subestimar as agências de outros países e não ter em conta possíveis riscos de contraespionagem no recrutamento de novos informadores.

Os agentes da CIA são recompensados apenas por recrutar novos informadores, mas não há um sistema de recompensas para quem se assegura que as operações de contraespionagem são bem sucedidas (descobrindo que um informador está a trabalhar para outro país, por exemplo). Também a falta de responsabilização de altos membros da agência quando acontece algo aos informadores é apontado por antigos membros da agência como a razão para esta perda de ativos.

A proliferação de sistemas de vigilância auxiliados por tecnologias como inteligência artificial, leitores biométricos e reconhecimento facial dificultaram a tarefa dos espiões. Cada vez é mais difícil estabelecer encontros dos agentes com as suas fontes e garantir o anonimato de ambos.

O ataque bombista de 2009 a uma base da CIA no Afeganistão é um dos exemplos de um erro de avaliação por parte dos agentes: um médico da Jordânia, que a agência teria recrutado para espiar a Al Qaeda, era, na verdade, um agente duplo, e realizou um ataque suicida que provocou a morte de sete funcionários.

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