O primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, anunciou esta  sexta-feira um confinamento parcial de três semanas para combater um número recorde de casos de Covid-19 no país.

Numa conferência de imprensa em Haia, Rutte classificou a nova série de medidas de combate à pandemia de Covid-19 como “um grande golpe de algumas semanas, porque o vírus está por todo o lado, em todo o país, em todos os setores e atingindo todas as faixas etárias”.

Manifestantes protestaram em Haia no momento em que foram anunciadas as medidas, que entram em vigor no sábado e durarão pelo menos três semanas.

“Felizmente, a grande maioria [da população] está vacinada, senão a aflição nos hospitais seria incalculável neste momento”, declarou Rutte.

Os bares, os restaurantes e os estabelecimentos de bens essenciais, como os supermercados, deverão encerrar às 20h00 (19h00 em Lisboa) e as lojas não-essenciais, às 18h00 (17h00 em Lisboa).

Os cidadãos neerlandeses são instados a não receber mais de quatro pessoas em casa e a adotarem o teletrabalho, “exceto se tal não for realmente possível”, indicou o chefe do executivo.

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Os protestos públicos serão suspensos e as partidas de futebol decorrerão à porta fechada, incluindo o jogo de qualificação para Campeonato do Mundo, que oporá a Holanda à Noruega na próxima semana.

As escolas mantêm-se, todavia, abertas e as saídas do domicílio são autorizadas.

As medidas foram descritas pelo Governo como um “confinamento parcial” antes da conferência de imprensa, segundo a comunicação social local.

O Governo prepara-se igualmente para restringir o acesso aos espaços de restauração e lazer após o período de três semanas apenas a pessoas vacinadas ou recuperadas de Covid-19 e àquelas que apresentem um teste negativo recente.

As novas restrições são politicamente sensíveis, tendo-se milhares de pessoas manifestado em Haia no domingo após o anúncio pelo Governo da reimposição das máscaras em alguns espaços públicos.

Na quinta-feira, os Países Baixos anunciaram 16.364 novos casos de Covid-19 registados nas últimas 24 horas, batendo assim o anterior recorde de 12.997 casos, ocorrido em dezembro de 2020.

O país de 17 milhões de habitantes registou, no total, 2,2 milhões de casos da doença e 18.612 mortes desde o início da pandemia.

Os hospitais alertaram que não conseguiriam enfrentar o inverno nas atuais condições.

O pico de Covid-19 surgiu apesar de 82% dos holandeses com mais de 12 anos terem a vacinação completa.

As pessoas não-vacinadas estão na origem da maior parte dos casos de internamentos em unidades de cuidados intensivos (69%) e das hospitalizações (55%), mas a queda da proteção das vacinas, em particular nas pessoas idosas, foi outro dos fatores apontados como causa do aumento de novos casos da doença.

O Governo holandês anunciou ainda que a campanha de reforço da vacina começará em dezembro.

A Covid-19 provocou pelo menos 5.078.208 mortes em todo o mundo, entre mais de 251,87 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.234 pessoas e foram contabilizados 1.104.189 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.