O enviado especial dos Estados Unidos para as alterações climáticas, John Kerry, considerou hoje que o projeto de acordo sobre o clima a ser debatido em Glasgow é “um passo importante, na direção certa”.
Quando os países estão a comentar o último projeto de acordo para conter o aquecimento global, na sequência da reunião mundial que decorre em Glasgow, COP26, John Kerry considerou que o documento resultou de uma “boa negociação”, ainda que todos os países se sintam desconfortáveis com alguma parte do documento.
“Nem todos na vida pública… podem fazer escolhas de vida ou de morte. Nem toda a gente pode fazer escolhas que afetem realmente todo um planeta. Hoje somos privilegiados por fazermos exatamente isso”, disse.
Para o responsável norte-americano este é o momento de todos se unirem para as gerações futuras.
John Kerry afirmou também que as alterações climáticas são um tema que permite a países como os Estados Unidos e a China elevarem-se acima de desacordos sobre outros assuntos e se juntem para o bem comum.
O texto em discussão, disse, não é só o produto das negociações em Glasgow, nas últimas duas semanas. “Não são duas semanas, são meses, anos”, disse, pedindo que o texto fosse aprovado sem mais emendas e acrescentando: “O ótimo é inimigo do bom”.
Líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos estiveram até hoje, durante duas semanas, reunidos em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.