O governo da Alemanha aprovou esta quinta-feira novas restrições para fazer face ao aumento recente de casos de Covid-19. “A situação é muito dramática e é importante agir o mais cedo possível”, disse Angela Merkel. A partir dos próximos dias, os não-vacinados vão ficar impossibilitados de entrar em ginásios, eventos culturais, restaurantes ou cabeleireiros.

Cada região vai guiar-se por um sistema com três níveis, com base na taxa de hospitalização de cada Estado federal — quanto maior, mais medidas haverá. No primeiro nível, podem aceder a espaços públicos os vacinados e recuperados; no segundo, estes precisam de teste antigénio negativo; no terceiro, haverá mais restrições também para inoculados, prevendo-se o encerramento de alguns espaços públicos.

Em todos os Estados, teletrabalho é obrigatório para os não-vacinados. Para os inoculados, é apenas recomendado, mas com uma nuance: terão de apresentar um teste antigénio negativo. O mesmo se aplicará em transportes públicos. 

Os testes rápidos vão continuar a ser grátis na Alemanha, determinou o Governo, que também decidiu dar um bónus financeiro aos enfermeiros. Além disso, os 16 estados federais poderão tomar medidas adicionais que considerarem necessárias, como o encerramento das universidades, de teatros ou cinemas, e ainda o consumo de álcool na rua.

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“Muitas destas medidas que serão necessárias agora não o seriam se mais pessoas estivessem vacinadas. E não é muito tarde para as pessoas se vacinarem”, apelou Angela Merkel.

Alemanha já teve de transferir doentes para Itália

As medidas de restrição contra a pandemia surgem num momento em que o país está a enfrentar uma das vagas mais severas da pandemia, tendo atingido esta quinta-feira um novo máximo de casos diários: 65.371.

Este aumento de infeções vem acompanhado de uma subida dos internamentos. Um hospital da Baviera teve mesmo de enviar doentes em unidades de cuidados intensivos para um hospital italiano, sendo que é primeira que tal sucede desde o início da pandemia. O revés já tinha acontecido — recorde-se que uma equipa médica alemã já esteve em Portugal.

Equipa médica alemã já está em Portugal. “É para isso que servem os amigos”

Para Lothar Wieler, presidente do instituto epidemiológico Robert Koch, o “Natal será muito duro” na Alemanha, destacando que os especialistas “nunca estiveram tão preocupados como agora”. “Os prognósticos são extremamente sombrios. Estamos numa situação de emergência e quem não o veja está cometer um grave erro.”