A Stellantis, que resultou da fusão das antigas PSA e FCA, tem uma estratégia para o futuro próximo que passa pela aposta crescente em veículos eléctricos. Até porque esta é uma obrigatoriedade imposta pelos legisladores em Bruxelas, que visam sobretudo os construtores que disputam os mercados da União Europeia. Daí que o grupo dirigido pelo português Carlos Tavares tenha assinado um acordo com os chineses da Factorial Energy, no sentido de desenvolver baterias sólidas, assim denominadas por, em vez de terem um electrólito líquido, dado a fugas em caso de embates violentos, substituí-lo por um sólido, mais estável e seguro.
Para produzir mais e melhores eléctricos e, ainda assim, manter as margens de lucro em alta, o CEO português necessita de ter acesso a baterias mais sofisticadas e mais eficientes. As sólidas, por permitirem cargas com potência superior sem risco de incêndio e sem danificar as células, parecem a solução ideal. Aliás, as baterias sólidas são apontadas como o Santo Graal das baterias para automóveis, pois permitirão aumentar a sua densidade energética, reduzindo simultaneamente os custos. Tal aumentará a autonomia dos veículos, para a mesma capacidade dos acumuladores, com estes a serem ainda mais leves e baratos.
A Factorial Energy, algo desconhecida como fabricante de baterias – especialmente quando comparada com os gigantes sul-coreanos, japoneses ou mesmo chineses –, afirma ser uma das empresas líderes do mercado nesta tecnologia que promete ser a próxima grande evolução no campo das baterias, podendo incrementar a autonomia entre 20% e 50%, através de uma densidade energética superior.
Segundo foi divulgado, o acordo agora firmado deverá dar frutos em 2026, data possível para a introdução no mercado das primeiras unidades produzidas em série com a nova tecnologia. Carlos Tavares afirmou que “ambas as empresas mostraram-se muito satisfeitas com o acordo assinado”, para depois assegurar que “o investimento na Factorial Energy, juntamente com outros sócios muito conhecidos, reforçará a rapidez com que chegarão ao mercado as baterias sólidas”.