A revelação do ROV Concept foi uma surpresa, sobretudo por envergar o emblema da Lexus, um construtor pouco dado a incursões por áreas do mercado não em sintonia com o posicionamento de construtor de luxo, estatuto igualmente perseguido pelos rivais europeus Audi, BMW e Mercedes, bem como pelos correspondentes norte-americanos, como a Cadillac. O protótipo pretende ser um ATV (All-Terrain Vehicle) de dois lugares mas, ao contrário dos restantes, este da Lexus possui um motor diferente.

A Toyota Motor Corporation desenvolveu o Toyota Mirai, o primeiro e provavelmente o mais avançado veículo eléctrico alimentado não pela energia armazenada numa bateria, mas sim produzida a bordo numa fuel cell a hidrogénio. E esta é a forma ideal para utilizar este gás, especialmente se o único objectivo for proteger o ambiente. Mas as células de combustível a hidrogénio são caras, pesadas e volumosas, tal como os depósitos para alojar o H2.

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Mas o hidrogénio pode igualmente ser utilizado como combustível, um substituto da gasolina. Os motores capazes de o queimar necessitam de poucas alterações – a BMW desenvolveu esta solução durante anos, até desistir dela por falta de vantagens –, com o trunfo a consistir numa redução total de emissões de CO2, mas sem conseguir evitar emissões poluentes como os NOx, que nos centros urbanos são nefastos para quem os respira.

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O ROV da Lexus não pretende circular na cidade, mas sim no campo, em incursões pela natureza, onde se não é exemplar e com zero emissões, apresenta grandes vantagens face aos ATV com motores a gasolina.

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Com 3,12 metros de comprimento, 1,73 m de largura e 1,80 m de altura, o ROV é mais um produto capaz de utilizar o hidrogénio como combustível como se tratasse de gasolina, em linha não só com o Corolla e o GR Yaris de competição que a Toyota já produziu, mas também em sintonia com os interesses já revelados pela Mazda e Subaru, além da Kawasaki e Yamaha, estas últimas nas duas rodas. E desde que sejam veículos novos que não se aproximem dos grandes centros urbanos, até podem fazer sentido durante um período limitado.