O Presidente da República elogiou este domingo as propostas apresentadas pela associação Sedes no seu 5.º Congresso, considerando que são “de uma riqueza ilimitada”, e assinalou a ideia de se instituir um número fixo de 11 ministérios.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “é impossível não olhar para as propostas, não discutir as propostas” da Sedes — Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, na campanha para as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro.

O chefe de Estado, que falava no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa, no encerramento do 5.º Congresso da Sedes, referiu que as propostas apresentadas por esta associação, que irão ser publicadas, são assumidamente “propostas ao centro”, que “vão desde matérias que exigem revisão constitucional até outras que não exigem”.

“Cobrem praticamente tudo, chegando ao ponto daquele tema que é hoje um tema da moda, que é o número de ministérios”, assinalou, acrescentando: “Portanto, não se pode ser mais pormenorizado nas propostas apresentadas. É nitidamente trabalhar para visões de regime, cobrindo a posição que os partidos mais diversos têm sobre o elenco governamental”.

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Antes, o presidente do Conselho Coordenador da Sedes, Álvaro Beleza, destacou algumas propostas desta associação, entre as quais “uma proposta para que os ministérios em Portugal sejam paralelos à organização do Conselho Europeu e que apenas houvesse 11 ministérios”.

“Quando iniciámos os trabalhos preparatórios do 5.º Congresso não poderíamos imaginar que coincidiria com uma crise política. Essa inesperada coincidência cronológica determinou que as nossas propostas fossem tornadas públicas em vésperas da escolha do próximo Governo da República. Nesse sentido, convido toda a sociedade portuguesa, incluindo os partidos políticos, em particular os que se encontram em posição de liderar os destinos do país, a olhar seriamente para as propostas da Sedes”, afirmou Álvaro Beleza.

No mesmo sentido, o Presidente da República, que hoje decretou oficialmente a dissolução do parlamento, na sequência do chumbo do Orçamento do Estado para 2022 em 27 de outubro, observou que “quis o destino que aquilo que era para reflexão, calma, serena, até 2023, seja agora para reflexão acelerada, pelo menos numa parte, nos próximos meses”.

“É evidente que é impossível não olhar para as propostas, não discutir as propostas [da Sedes]. Sabe-se qual é o objetivo central, foi dito abertamente: é apresentar propostas ao centro. Mas isso não impede que as propostas sejam debatidas na pluralidade que existe na sociedade portuguesa, mais à esquerda e mais à direita, mais acima e mais abaixo, porque são de uma riqueza ilimitada”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.