Há uma semana, em entrevista à BBC, o CEO da Pfizer admitiu não apenas a necessidade de uma quarta dose da vacina contra a Covid-19 mas também que o mais “provável” era que os reforços depois dela passassem a ser anuais. Entretanto, esta quarta-feira, em nova entrevista, mas à americana CNBC, Albert Bourla reviu o calendário e assumiu que doze meses entre a terceira e a quarta dose poderá ser demasiado tempo. Tudo por causa da variante Ómicron, que rapidamente está a ganhar terreno e poderá em breve substituir a Delta.
Citando dados de um estudo preliminar, feito não com vírus reais mas com cópias sintetizadas em laboratório, o CEO da farmacêutica explicou que, com a nova variante, a capacidade de proteção do esquema vacinal com duas doses, por muito que continue a ser eficaz contra a doença grave, decai significativamente. Com as três doses, essa questão não se coloca, a vacina desenvolvida por Pfizer e BioNTech é eficaz contra a nova variante, garantiu Bourla. Resta saber ao certo durante quanto tempo.
“Quando tivermos dados reais, vamos perceber se a Ómicron está devidamente coberta pela terceira dose e por quanto tempo. Penso que vamos precisar de uma quarta dose”, começou por dizer o CEO da Pfizer, para depois confessar que não acredita que a meta dos 12 anos possa vir a ser cumprida. “Podemos precisar dela mais depressa.”
Bourla manifestou ainda confiança relativamente ao Paxlovid, o medicamento antiviral desenvolvido pela farmacêutica para combater a Covid-19 cujo pedido para uso de emergência já deu entrada na americana FDA. De acordo com o CEO da farmacêutica, o comprimido, que nos ensaios clínicos reduziu em 89% o risco de hospitalização e morte por Covid-19, é igualmente eficaz contra a variante Ómicron. Tudo porque, ao contrário das vacinas, visa uma parte diferente do vírus, uma enzima utilizada para replicação, que não é tão suscetível a mutações.