Um homem, de 54 anos, fugiu da urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra (CHUC) esta segunda-feira, três dias após ter sido  internado na respetiva unidade de saúde devido a um enfarte agudo do miocárdio e estar ainda em recuperação. Fonte do hospital contactada pelo Observador não confirmou a identidade do doente, contudo, segundo o Correio da Manhã, esse homem seria Ricardo Alegre Portugal, sobrinho do poeta Manuel Alegre.

Segundo o Correio da Manhã, na origem da fuga terá estado a ausência de vagas na Unidade de Cuidados Intensivos Coronários dos dois polos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o que levou a que o paciente tivesse ficado no serviço de urgências. Perante este cenário, homem acabou por abandonar o hospital descalço e embrulhado num cobertor, segundo descreve o Correio de Manhã.

O paciente regressou ao hospital ainda no próprio dia e ficou internado na unidade de cuidados de intensivos coronários e, segundo adianta o CHUC, está neste momento “com bom prognóstico”. A mesma fonte, questionada pelo Observador, não confirmou que o doente tenha abandonado as instalações hospitalares, mas reconhece que ficou nas urgências por falta de vaga no serviço respetivo.

Em comunicado enviado ao Observador, o CHUC indica que o paciente deu entrada no Serviço de Urgência (SU) do polo HUC-CHUC,  no dia 11 de dezembro às 11:27h e, “após realização de vários exames complementares de diagnóstico, foram efetuados todos os procedimentos e medicação considerada necessária para a sua situação clínica de acordo com o estado-da-arte”. A mesma reconhece que o doente permaneceu no serviço de urgência com “monitorização e vigilância adequadas ao seu quadro clínico” por ausência de vagas na unidade de cuidados de cuidados intensivos coronários onde está internado desde o dia 13 de dezembro.

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Do ponto de vista de cuidados médicos foi bem tratado. O problema foi ter ficado na Urgência, que é o local mais agitado de um hospital, onde chegam todos os casos agudos. Esteve três dias sem o levarem à casa de banho e sem poder fazer a higiene pessoal”, conta um familiar citado pelo Correio da Manhã que não quis ser identificado.

Caraterizando esta situação como uma “grosseira negligência médica”, o médico e músico Rui Pato escreve que o amigo — que não especifica quem é — foi enviado para o “inferno”, numa publicação no Facebook. Pormenoriza, descrevendo o sítio como “uma enfermaria de medicina /mulheres com capacidade para 20 camas, mas que deviam lá estar mais de 30 doentes…as enfermeiras nem conseguiam chegar às camas”.

A família citada pelo jornal diz que os profissionais foram “extremamente cuidadosos”, só que o problema foi o hospital estar “em sobrecarga”. Ainda na mesma publicação, Rui Pato adianta que o amigo já está num quarto “que lá conseguiram arranjar”.