Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e diretor de campanha do PS, recusou responder à pergunta que marcou os três dias de congresso social-democrata: os socialistas estão ou não disponíveis para viabilizar um governo de Rui Rio caso percam as eleições legislativas.

Em declarações aos jornalistas depois de entregar as listas de candidatos a deputados, Duarte Cordeiro foi desafiado várias vezes a responder ao repto deixado pelo líder social-democrata mas nunca respondeu concretamente à questão.

De resto, o socialista preferiu acusar Rui Rio de “incoerência” lembrando que nos Açores, apesar de ter ficado em segundo lugar, o PSD impediu Vasco Cordeiro de governar  e preferiu uma aliança à direita.

“Quando existiu a oportunidade para Rui Rio fazer aquilo que propôs… A verdade é que o PS ganhou as eleições nos Açores e Rui Rio, que negociou essa solução política, não viabilizou o governo do PS. Há uma diferença grande entre o que Rui Rio diz e o que faz. Esta incoerência merece a nossa desconfiança e a desconfiança dos portugueses”, atirou Duarte Cordeiro.

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Perante a insistência dos jornalistas, o socialista voltou a fintar a questão, dizendo que era importante perguntar a Rio se está “arrependido” pela solução encontrada nos Açores. Caso contrário, sugeriu Duarte Cordeiro, a disponibilidade para entendimentos com o PS não pode ser levada a sério.

Sem nunca pedir a maioria absoluta, Duarte Cordeiro aproveitou ainda para dramatizar o apelo ao voto útil PS. “Queremos ou não queremos um governo para quatro anos e com estabilidade? Os portugueses querem António Costa a governar ou querem instabilidade?”, desafiou.

À pergunta sobre se essa estabilidade significa necessariamente uma maioria absoluta, o diretor de campanha do PS sugeriu isso mesmo sem nunca usar a palavra “absoluta”. “Estabilidade é maioria. Garantir estabilidade e tranquilidade aos portugueses”, disse.