Catarina Costa, de 38 anos, passou 26 dias internada no hospital da Guarda com Covid-19, doze dos quais em coma induzido. Foi a partir da cama de hospital que começou a contar a sua história no Facebook, através de fotografias e textos onde descreve tudo pelo que passou, e, sobretudo, apela à vacinação.

Até aqui saudável, Catarina Costa optou por não se vacinar. Testou positivo no dia 20 de novembro e inicialmente tinha apenas tosse e dor nas costas, depois veio a febre e sensação de mal-estar. Foi internada cinco dias depois e começou a sentir cansaço extremo e falta de ar. Teve de ser entubada e “a partir daí foi uma luta entre a vida e a morte feita a cada segundo”, descreve a própria numa das publicações.

Só a 11 de dezembro lhe foi retirado o tubo e pôde acordar do coma induzido, mas seria o primeiro passo de um longo caminho para a recuperação. No primeiro dia não conseguia sequer falar, sentar-se, ir à casa de banho. A pouco e pouco, e com ajuda de fisioterapia, Catarina Costa foi recuperando capacidades motoras. O dia em que conseguiu, a custo, lavar o próprio cabelo sozinha foi motivo de felicidade.

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A professora do ensino básico regressou a casa na passada segunda-feira, mas ainda tem tem de se esforçar em tudo o que faz, como cortar uma fatia de pão. “Ao final do dia o cansaço também é outro. Estou mais cansada. Muito mais cansada.”

O excesso de peso era o único fator de risco (durante a doença perdeu 12 quilos). Sem quaisquer problemas de saúde crónicos, não-fumadora e “sempre ligada ao campo”, Catarina Costa não tem dúvidas que a vacinação podia ter impedido a doença grave.

“De todos nos cuidados intensivos entubados os cinco não éramos vacinados. Ontem saímos dois e entraram mais duas pessoas não vacinadas para o nosso lugar”, escreve.