Apesar de possuírem apenas seis cilindros, dispostos em V, e somente 1,6 litros de capacidade, os motores de F1 actuais são umas máquinas infernais, debitando aproximadamente 700 cv, com um consumo médio de 45 litros/100 km. A potência do motor de combustão é depois complementada pelo conjunto de três motores eléctricos e uma bateria, para aflorar 1000 cv em modo de qualificação. Daí que o roncar do 1.6 V6 esteja longe de ser silencioso ou desprovido de personalidade.

O motor a utilizar na próxima época é essencialmente o mesmo que a F1 usa desde que o actual regulamento técnico foi imposto, em 2014. A base é a mesma, mas há alterações consideráveis, sobretudo devidas à alteração do combustível. Em vez do cocktail químico utilizado até aqui, produzido com os mesmos constituintes da gasolina comercial (mas não necessariamente nas mesmas quantidades), o combustível de 2022 vai ver a percentagem de combustível sustentável aumentar dos actuais 5,75% para 10%.

Em termos práticos, o novo combustível aproxima-se da gasolina comercial E10, composta por 10% de etanol e 90% de gasolina fóssil, com a F1 a garantir que esses 10% são biofuel, para reduzir a quantidade de dióxido de carbono (CO2) emitido para a atmosfera, que não tenha sido capturado no processo de crescimento das plantas. A redução das emissões para 2022 não será espectacular, pois hoje os motores já consomem 5,75% de biocombustível, mas é um novo salto na boa direcção por parte da Federação Internacional do Automóvel, rumo à utilização a 100% deste combustível mais amigo do ambiente, ainda que apenas em matéria de CO2.

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