Com o número de novas infeção com o SARS-CoV-2 a chegar a novos máximos, e depois dos encontros de Natal, está cada vez mais difícil conseguir vaga para fazer testes, sejam eles PCR ou antigénio. Uma pesquisa do Observador pelos principais laboratórios mostra que, na maioria dos casos, só a partir de 3 ou 4 de janeiro há vagas.
No caso do grupo Germano de Sousa, a grande maioria dos laboratórios não recebe marcações, podendo quem quiser deslocar-se ao local e esperar pela sua vez. Mas as filas de espera estão longas e não há garantias de que consiga ser testado. Ao Observador, Germano de Sousa, administrador e fundador do grupo de laboratórios com o mesmo nome, explica que esta terça-feira foi um dos dias com mais testes, taco a taco com o 23 de dezembro. Em todo o país foram feitos, na terça-feira, quase 14 mil testes naquela rede. Já os antigénios ficaram pelo “seis ou sete mil”.
“Estamos abertos até ao final do dia, mas chega a uma altura em que não conseguimos receber mais porque temos toda a gente esgotada. Ontem [terça-feira] a partir das 18h00 dissemos que não podíamos receber mais porque tínhamos de dar vazão às pessoas que estavam à espera. Só fechámos às 22h00”, conta.
Numa manhã, relata, estão a aparecer 800 pessoas num único laboratório. “Em Lisboa, temos 15 postos de receção e colheita a funcionar constantemente. São avalanches autênticas”, acrescenta. A rede de laboratórios volta a fechar no dia 1 de janeiro, mantendo-se aberta para urgências, tal como já tinha acontecido no dia de Natal.
Já na Unilabs, uma pesquisa online feita pelo Observador nos laboratórios de Lisboa ao final da manhã desta quarta-feira mostra que o mais cedo para o qual pode marcar um PCR é 3 de janeiro, e dependendo dos locais (por exemplo, em Odivelas, só a partir de dia 5 e em Alcântara terá de esperar até 7). A situação é pior para os antigénio: neste caso, e na melhor das hipóteses, vagas só a partir de dia 4.
O panorama é semelhante no Porto, mas à hora de pesquisa do Observador, ainda havia vagas (muito poucas) de PCR para o dia 2 de janeiro, por exemplo, nos drive thru de Rio Ave e Gondomar. Já para antigénios só a partir de dia 3.
Nos laboratórios Synlab, em Lisboa, ainda conseguiria, à hora da pesquisa do Observador, uma marcação de PCR em Lisboa para 29 de dezembro ou para dia 2 de janeiro. Mas a maioria só a partir de 3, o dia para o qual também volta a haver vaga para antigénios através desta rede. No caso do Aeroporto de Lisboa, há vaga para 29, mas é necessária a apresentação do bilhete de avião.
Na rede Joaquim Chaves, por sua vez, no distrito de Lisboa não há testes PCR antes de dia 4. Nalguns casos, como por exemplo na Alta de Lisboa, só encontrará para dia 10. No caso dos testes antigénio o problema não é tão grave e há locais em Lisboa com vagas para dia 31. No Porto, quer seja PCR ou antigénio, também só a partir de dia 3.
Também a Cruz Vermelha tem vagas, no posto fixo de Lisboa, a partir de dia 3. No do Porto, ainda há algumas vagas para dia 30 de dezembro, mas só a partir de 5 janeiro a disponibilidade de horários é mais vasta.
Outra opção é recorrer aos postos móveis, muitos dos quais não requerem marcação e são gratuitos. Aí enfrenta, no entanto, longas filas de espera.
Alguns destes laboratórios não têm testes comparticipados pelo SNS. Os PCR podem custar de 60 a 85 euros.