O Movimento Ação Ética (MAE) desafiou esta quinta-feira os partidos concorrentes às legislativas de janeiro a divulgarem as suas posições sobre “temas de assinalável componente ética”, como os cuidados às pessoas em fim de vida ou legalização das drogas leves.
O movimento, fundado em 1 de janeiro deste ano pelo economista António Bagão Félix, o jurista Paulo Otero, o psiquiatra Pedro Afonso e o cardiologista Victor Gil, lamenta, em comunicado, que o parlamento tenha legislado “sobre vários temas de assinalável componente ética, sem que os mesmos tenham sido propostos nos programas eleitorais dos partidos proponentes”.
“Será indispensável que, nestas eleições, possam ser conhecidos e discutidos, sem ambiguidades, porque só o voto esclarecido é verdadeiramente livre”, defende o MAE, que espera ver no período eleitoral “ações necessárias para o mais completo esclarecimento dos eleitores sobre as questões essenciais, não se concentrando em problemas menores, epifenómenos meramente circunstanciais ou ligados a interesses de clientelas ou grupos”.
Neste contexto, o movimento lança 10 questões que quer ver respondidas pelos partidos que concorrem às eleições legislativas de 30 de janeiro, pondo à cabeça a pergunta: “Que tipo de cuidados deve o Estado prestar às pessoas em fim de vida?”
Que medidas defendem as forças políticas para que verifique um aumento da natalidade, para “compensar o envelhecimento demográfico”, que ações devem ser desenvolvidas para proteger a família, “célula básica da comunidade social”, se o direito à objeção de consciência, nomeadamente por parte dos profissionais de saúde deve ser alargado ou restringido, são algumas das questões que o MAE quer ver nos programas eleitorais dos partidos ou que estes esclareçam até às eleições.
O movimento fundado por Bagão Félix quer saber também se os partidos são “a favor ou contra a legalização das designadas “drogas leves”?”, bem como quais as propostas partidárias para “uma efetiva reforma do sistema eleitoral”.
“Quais as bases de uma reforma educativa para os jovens? Como assumir o princípio da subsidiariedade na relação entre o Estado e a Sociedade, em especial no âmbito da saúde, dos apoios sociais e da educação? Como prevenir e combater a corrupção? Como conciliar crescimento económico com desenvolvimento social?” são os outros reptos lançados às forças políticas pelo MAE.
O MAE, que adota a divisa “Vida, Humanismo e Ciência”, pretende lançar “abordagens, reflexões, estudos e contributos em torno das questões éticas atuais, propondo uma ética centrada na pessoa e na valorização da vida humana, combatendo a indiferença e o relativismo ético”.